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Cuidado ao comprar Bitcoin com P2P, alerta Ana Paula Rabello

Ana Paula Rabello, uma das maiores especialistas em contabilidade de bitcoin e criptomoedas no Brasil, levantou um sinal de alerta para quem investe nessa área. Para ela, realizar transações peer-to-peer (P2P), especialmente sem verificar a identidade das partes envolvidas, pode ser um dos maiores erros que um investidor pode cometer.

Recentemente, em uma postagem no X, ela mencionou que esse tipo de negócio pode ter consequências sérias, citando um vídeo de Renato Amoedo que já alcançou mais de 130 mil visualizações. No vídeo, Renato descreve o ambiente P2P no Brasil como um “glory hole do Bitcoin”. Ele revelou que não aceitaria um PIX de desconhecidos, mesmo se isso fosse em nome da privacidade.

Cuidado com Transações Desconhecidas

A própria Rabello destaca que aceitar um PIX de origem desconhecida pode arruinar a vida financeira de qualquer um, mesmo que a intenção seja boa. Ela percebe que muitos investidores estão tentando evitar as corretoras tradicionais e a Receita Federal, acreditando que o P2P é uma saída para escapar de impostos. Contudo, segundo ela, o que realmente acontece é que essas pessoas acabam se colocando em risco.

Ela pontuou: “O cara faz tudo isso achando que tá fugindo do Estado, mas na prática tá correndo direto pro abate”. É fundamental entender que, mesmo agindo de boa fé, você pode acabar recebendo dinheiro de criminosos, tornando-se um alvo de investigações por lavagem de dinheiro ou outros crimes.

Custos Ocultos

Além das questões legais, existe o impacto financeiro dessas transações P2P. Rabello alerta que quem negocia desse jeito pode pagar até 5% a mais do que em corretoras. Sem contar com taxas adicionais, o que pode facilmente adicionar mais 5% ao custo final. “Imagina isso na compra e na venda. O prejuízo supera qualquer imposto que ele supostamente estaria economizando”, afirma.

Ela sugere que há formas legais de operar no mercado, possivelmente até isenções de tributos. Por exemplo, é possível ficar livre de impostos em vendas mensais até R$ 35 mil em corretoras nacionais, além de compensações de prejuízos com criptoativos.

O Que é o P2P?

O modelo P2P permite que as pessoas comprem e vendam ativos digitais diretamente, sem intermediários. Embora isso ofereça uma boa dose de liberdade e privacidade, também carrega riscos significativos. O problema é que um investidor pode acabar recebendo transferências de contas laranja ou de dinheiro envolvido em fraudes.

Mesmo sem saber, quem participa dessas transações pode ser implicado em investigações sérias. A segurança jurídica não é uma questão a ser ignorada. O advogado Raphael Souza explica que é possível negociar no mercado P2P de forma mais segura, desde que o investidor esteja ciente de suas responsabilidades.

Um exemplo recente vindo de São Paulo envolve um comprador que recebeu um PIX de R$ 12 mil, que depois se revelou relacionado a um golpe. Ele teve que prestar esclarecimentos à polícia, mesmo tendo usado uma plataforma confiável. A situação se resolveu, mas foi um lembrete do quão arriscado é operar de forma desprotegida.

O Equilíbrio Necessário

A verdade é que, para continuar operando no P2P, os investidores precisam encontrar um bom equilíbrio entre autonomia e responsabilidade. Isso inclui ser seletivo nas negociações, manter registros e, sempre que possível, usar plataformas que promovam a verificação de reputação.

O risco de se envolver involuntariamente em atividades criminosas está presente. No Brasil, estamos vendo um aumento nos casos de estelionato digital, com quadrilhas usando laranjas para movimentar dinheiro via PIX. Quando esses valores chegam às mãos de um investidor desprevenido, ele pode acabar em apuros.

O recado de Ana Paula Rabello ressoou em diversos grupos de discussão onde muitos compartilharam suas experiências negativas com transações P2P mal cuidadas. A mensagem é clara: a liberdade proporcionada pelo Bitcoin não deve ser confundida com desatenção ou irresponsabilidade financeira.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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