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Digital Currency Group processa subsidiária por empréstimo de US$ 1,1 bi

O Digital Currency Group (DCG) se envolveu em um imbróglio jurídico com sua própria subsidiária, a Genesis. Na quinta-feira (14), o DCG processou a Genesis, argumentando que, apesar do colapso financeiro da empresa de criptomoedas, ela teria conseguido um lucro a longo prazo.

Aqui está a questão: o DCG fez um empréstimo de US$ 1,1 bilhão para a Genesis em 2022. Segundo a ação judicial, esse valor foi mais do que suficiente para cobrir eventuais perdas. Para compreender melhor, a Genesis faliu em 2023, após emprestar dinheiro à Three Arrows Capital (TAC), que também caiu, além de outras empresas que enfrentaram problemas durante a crise do mercado de criptomoedas em 2022.

Na tentativa de ajudar a Genesis, o DCG injetou recursos para garantir que os clientes da subsidiária não ficassem no vermelho. No entanto, na ação, o DCG argumenta que, devido à valorização dos ativos recuperados da Three Arrows Capital, sua obrigação de pagar à Genesis poderia ser considerada nula.

O valor dos ativos da TAC, que incluem Bitcoin e ações do Grayscale Bitcoin Trust, teve uma alta significativa desde 2022, o que, segundo o processo, resultou em recuperações financeiras que superam as reivindicações dos credores.

Além disso, o documento do processo afirma que a Genesis não teria realmente sofrido perdas com o calote da TAC. Pelo contrário, ela teria lucrado centenas de milhões de dólares, e é por isso que o DCG defende a legalidade de sua ação.

A Genesis, parte do conglomerado DCG, permitia aos usuários emprestar seus ativos em criptomoedas para ganhar dinheiro. Ela também emprestou bilhões a outras empresas de criptomoedas que estavam em apuros, como a Alameda Research, ligada à FTX, que também entrou em colapso.

A situação ficou ainda mais complicada quando a FTX declarou falência e a Genesis teve que suspender os saques devido à “turbulência sem precedentes do mercado”. Um porta-voz do DCG comentou que a instituição fez grandes esforços para ajudar a Genesis em 2022, incluindo a emissão de uma nota promissória para evitar um rombo no patrimônio.

O que se desenrola agora é um processo onde a Genesis, por sua vez, havia processado o DCG em maio, alegando que a gestão, sob o comando de Barry Silbert, teria realizado transferências fraudulentas durante a crise. Eles buscam US$ 3,1 bilhões como compensação.

Essa batalha entre duas entidades tão interligadas traz à tona questões bem duras sobre como as falências têm afetado o cenário das criptomoedas e como as obrigações contratuais são tratadas em tempos de crise.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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