O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez bastante dinheiro no universo das criptomoedas, acumulando mais de US$ 2,4 bilhões por meio de várias atividades. Essas informações, que vêm da revista The New Yorker, mostram que cerca de 43,5% da sua fortuna pessoal, conquistada durante a sua trajetória política, provém dessas operações.
Entre as fontes de renda, Trump faturou US$ 14,4 milhões com vendas de NFTs e US$ 412,5 milhões por meio da World Liberty Financial. Tem ainda US$ 243 milhões obtidos com acordos realizados com os Emirados Árabes Unidos, além de US$ 13 milhões pela American Bitcoin. O maior lucro, no entanto, veio de sua participação no Trump Media and Technology Group, que possui reservas em Bitcoin, gerando aproximadamente US$ 1,3 bilhão. E não para por aí: o ex-presidente também teve um ganho de US$ 385 milhões com o memecoin TRUMP.
Essa nova fase de negócios é ainda mais curiosa porque Trump já foi um crítico conhecido das criptomoedas. Em 2019, ele chegou a afirmar que esses ativos digitais eram muito voláteis e expressou preocupações sobre o uso deles em atividades ilegais. Agora, parece que ele deu uma guinada, mudando sua postura não só para melhorar sua imagem, mas também para diversificar seus investimentos.
É interessante notar que Trump não está diretamente envolvido em todas essas transações. Muitos dos acordos e lançamentos são feitos por assessores e familiares, mas seu nome é usado como um ativo de marketing, atraindo olhos tanto de admiradores quanto de críticos. E esse cenário desperta a atenção de especialistas e adversários que se preocupam com o peso político dessas iniciativas.
Donald Trump e criptomoedas
Os lucros de Trump nesse setor levantam algumas novas preocupações sobre potenciais conflitos de interesse, uma vez que ele está à frente da regulamentação do mercado de criptomoedas nos EUA. Já houve protestos por parte de parlamentares democratas em relação ao memecoin TRUMP e ao stablecoin USD1, que pedem investigações e até um impeachment — uma ideia bastante improvável, considerando que o Congresso é dominado por republicanos.
A situação se tornou ainda mais polêmica quando Trump anunciou um jantar em Washington para os principais detentores do seu memecoin. Dois senadores democratas ressaltaram que esse tipo de evento poderia violar leis federais de ética e algumas disposições constitucionais, como as que proíbem subornos. Eles também expressaram preocupações sobre a possibilidade de atores estrangeiros usarem o memecoin para influenciar a política americana sem revelar suas identidades.
Durante a gestão de Trump, algumas agências federais começaram a adotar posturas menos rigorosas em relação ao setor cripto. A SEC, por exemplo, arquivou investigações contra empresas como Coinbase e Uniswap e houve pressão para acabar com práticas que impediam o funcionamento de instituições bancárias com essas companhias em todo o país.
