Donos de esquema de mineração de bitcoin escapam da prisão nos EUA
Os donos da HashFlare, Ivan Turõgin e Sergei Potapenko, ambos com 40 anos, foram condenados nos Estados Unidos a 16 meses de prisão, além de uma multa de US$ 25 mil cada. A dupla era responsável por um esquema que prometia altos lucros por meio da mineração em nuvem de bitcoin, mas acabou enganando muitos investidores.
Entre 2015 e 2019, eles arrecadaram impressionantes 577 milhões de dólares, atraindo pessoas que acreditavam nas promessas de rendimentos fáceis. No fundo, a operação era uma típica pirâmide financeira: novos investidores pagavam os lucros de antigos, enquanto os dois só buscavam enriquecer. Segundo o juiz Robert S. Lasnik, além da pena de prisão, eles terão que pagar 360 horas de serviço comunitário em liberdade condicional e cada um vai voltar para a Estônia para cumprir a pena.
Mesmo tendo cumprido uma parte da pena, os dois enfrentaram um confisco que totaliza 450 milhões de dólares, o que deverá ser devolvido às vítimas. O FBI até investigou para encontrar os prejudicados durante o processo.
Promessas de mineração em nuvem e gastos pessoais
A história de Turõgin e Potapenko girava em torno da HashFlare, uma plataforma que prometia serviços de mineração de criptomoedas. No entanto, a investigação revelou que não havia nenhuma operação real de mineração rolando. Em vez disso, o dinheiro dos investidores era usado para comprar bitcoin para uso pessoal e para cobrir despesas luxuosas.
A Procuradora Federal em exercício, Teal Luthy Miller, lembrou como a dupla se aproveitou da “miragem de mineração de criptomoedas”, desviando milhões que deveriam beneficiar os investidores. Enquanto eles desfrutavam de vida de luxo — com imóveis, carros caros e viagens, muitas pessoas amargavam perdas financeiras significativas.
O apoio das autoridades estonianas foi crucial para que a condenação se concretizasse.
Impacto no Brasil e reclamações de investidores
No Brasil, o impacto do esquema também foi sentido. No site Reclame Aqui, muitas reclamações surgiram de investidores que contrataram os serviços da HashFlare, relatando dificuldades de suporte e atrasos em pagamentos. A situação deixou um rastro de insatisfação que se acumulava desde 2017.
Parece que os donos do negócio, mesmo após os problemas enfrentados, devem retornar para a Estônia em breve, deixando um legado de frustração para muitos brasileiros que ainda buscam recuperar o que perderam. O caso serve como um alerta sobre como é importante estar atento a promessas de retornos rápidos e fáceis no mundo das criptomoedas.