A Circle, conhecida pela sua stablecoin USDC, está com um projeto audacioso: abrir um banco chamado "First National Digital Currency Bank, N.A.". A ideia é que essa nova instituição cuide dos fundos que garantem a estabilidade da moeda, sem depender de intermediários.
Essa decisão pode estar relacionada a desafios do passado. Em 2023, a USDC perdeu a paridade com o dólar quando um dos bancos parceiros da Circle faliu. Como resultado, a confiança dos investidores despencou e o valor de mercado da moeda caiu quase pela metade, levando mais de um ano para se recuperar completamente.
Circle quer abrir seu próprio banco
Recentemente, a Circle anunciou que está buscando uma licença para criar um "Banco Fiduciário Nacional". É importante ressaltar que esse tipo de banco não opera como as instituições financeiras tradicionais. Isso significa que a Circle não poderá aceitar depósitos, fazer empréstimos ou emitir cartões. Além disso, o banco não estará sujeito à proteção do FDIC, similar ao que acontece com o Fundo Garantidor de Crédito no Brasil.
A grande diferença é que a Circle será responsável pela custódia dos ativos que asseguram a sua stablecoin. Jeremy Allaire, o CEO da empresa, comentou que este é um passo importante para criar um sistema financeiro digital que seja transparente e acessível.
Ações da Circle em forte alta após IPO
Em um semestre positivo, a Circle abriu seu capital na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). As ações da empresa começaram em US$ 31 e rapidamente subiram para US$ 103,75 na estreia. Nos dias seguintes, seguiram em alta, atingindo um pico de US$ 298,99 na semana passada.
Agora, as ações estão sendo negociadas em torno de US$ 180, o que valoriza a empresa em US$ 43,5 bilhões — uma comparação interessante, já que a USDC está avaliada em US$ 61,5 bilhões. Neste cenário, as ações da Circle estão entre as dez mais negociadas nos EUA, superando outras grandes do mercado cripto como a Coinbase, mostrando que há um grande interesse em torno da empresa.
Portanto, a jornada da Circle é cheia de desafios e oportunidades, e o futuro parece promissor na construção de um sistema financeiro mais digital e confiável.
