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Espírito Santo institui divisão de rastreio de criptomoedas

A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESP) do Espírito Santo deu um passo importante na luta contra crimes digitais. Na terça-feira (18), foi assinada a Portaria nº 055-R, que cria o Laboratório de Inteligência Cibernética, o Ciberlab. Essa nova unidade vai funcionar na Gerência de Operações Técnicas e se reportará à Subsecretaria de Estado de Inteligência.

Com o aumento dos delitos que envolvem tecnologia, o governo estadual busca modernizar suas investigações. O Ciberlab terá como foco principal a coleta de vestígios digitais e a neutralização de ameaças cibernéticas. É um esforço para fortalecer a atuação da polícia diante das novas modalidades de crime que têm surgido no ambiente online.

A criação do laboratório tem tudo a ver com as diretrizes do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social. O intuito é aumentar a capacidade de resposta do Estado em relação a organizações criminosas que exploram a internet para suas atividades ilícitas. Com ferramentas avançadas, a equipe do Ciberlab vai monitorar dark web e deep web em busca de indícios de atividades suspeitas. Além disso, esses agentes irão produzir relatos técnicos para ajudar em investigações policiais e processos administrativos.

Outro aspecto importante é que o conhecimento adquirido no laboratório será compartilhado com outras autoridades de segurança. Isso deve potencializar a prevenção e manter a ordem pública de forma mais eficaz.

Foco no rastreamento de criptomoedas e outros fluxos financeiros

Um dos grandes avanços trazidos pela portaria é o combate à lavagem de dinheiro através de ativos digitais. O Ciberlab terá a tarefa de identificar e rastrear criptoativos. A realidade é que o crime organizado muitas vezes utiliza criptomoedas para esconder os frutos de atividades ilegais e financiar suas operações.

Esse laboratório vai oferecer suporte às investigações de transações financeiras suspeitas que acontecem online. Além disso, a equipe do Ciberlab terá um canal de comunicação com empresas privadas, como corretoras de criptomoedas (exchanges), para agilizar a preservação de vestígios digitais e tornar mais eficiente o atendimento de requisições legais.

O objetivo é desbaratar as operações de organizações criminosas, analisando dados que ajudem a esclarecer os modos de atuação nos crimes cibernéticos. Com isso, o Ciberlab não só vai atrás do crime em si, mas também da estrutura financeira que o sustenta.

Uso de Inteligência Artificial e proteção de infraestruturas críticas

O Ciberlab não vai se limitar a desvendar crimes, ele também terá um papel preventivo na defesa do Estado. O monitoramento de ameaças a infraestruturas críticas e setores estratégicos é uma das prioridades. A equipe planeja desenvolver estratégias para enfrentar incidentes cibernéticos e proteger os sistemas estaduais de segurança pública.

A tecnologia utilizada será de ponta, incluindo o uso de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina (machine learning). Essas ferramentas ajudarão na detecção automatizada de ameaças e na análise de grandes volumes de dados. Isso significa que a equipe poderá agir rapidamente, antecipando ataques e cuidando de vulnerabilidades antes que elas causem grandes prejuízos.

Além disso, o Ciberlab funcionará como um centro de capacitação, oferecendo treinamentos para servidores públicos. O laboratório também tem planos de formar parcerias com centros de pesquisa, empresas e até órgãos de governo em outros países, tudo com o intuito de compartilhar boas práticas no combate à criminalidade digital. A implementação da portaria já está em vigor, trazendo novas expectativas para a segurança cibernética no Espírito Santo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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