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ETFs de Bitcoin têm grandes entradas, mas especialistas alertam para cautela

Os fundos de investimentos conhecidos como ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos estão chamando atenção nos últimos dias. Depois de um período de turbulência, com saídas significativas, agora esses ETFs estão registrando entradas expressivas, ultrapassando a marca de US$ 300 milhões em dois dias consecutivos. Essa movimentação trouxe um novo alento ao mercado.

O ETF IBIT, da BlackRock, viu entradas de US$ 362,7 milhões nos dois dias, enquanto o FBTC da Fidelity contribuiu com US$ 142,5 milhões. Curiosamente, o FBTC liderou as entradas na terça-feira, e o IBIT na quarta-feira, conforme analisado por especialistas.

Esses números são bem distintos se comparados a agosto, quando os ETFs de Bitcoin enfrentaram saídas de cerca de US$ 650 milhões em apenas dois dias. Para Dean Chen, analista da Bitunix, essas entradas podem indicar um suporte temporário para o sentimento do mercado. No entanto, ele aponta que isso ainda parece mais um movimento pontual do que uma mudança de tendência.

Chen explica que a movimentação de capital pode estar relacionada a estratégias de arbitragem no mercado, onde investidores estão reduzindo suas posições durante correções para conseguir um custo médio melhor. Além disso, houve uma rotação de investimentos, com ETFs de Ethereum enfrentando saídas também, somando US$ 135,3 milhões.

Investidores estão voltando ao Bitcoin

A nova dinâmica sugere que muitos investidores estão realocando seus fundos, passando de Ethereum para Bitcoin. Illia Otychenko, analista da CEX.IO, menciona que isso ocorre em meio à incerteza sobre possíveis cortes nas taxas de juros. Embora os ETFs de Ethereum tenham se destacado em agosto, desde o dia 28 daquele mês, é possível observar uma lenta, mas perceptível, recuperação do Bitcoin com um aumento na rotação de capital.

Maria Carola, CEO da StealthEx, complementa que instituições estão buscando o Bitcoin como uma opção mais segura a longo prazo, em meio a preocupações com a desvalorização das moedas tradicionais. Ela destaca que o mercado parece preferir a narrativa da estabilidade em vez daquelas que focam em crescimento e usabilidade.

No momento, o Bitcoin está sendo negociado por cerca de US$ 110.800, com uma leve queda de 0,4% nas últimas 24 horas, e quase 11% abaixo de sua máxima histórica de US$ 124.545. Enquanto isso, traders de opções estão adotando uma postura otimista para o vencimento marcado para o dia 26 de setembro, acumulando contratos abertos em torno dos US$ 120.000, US$ 130.000 e US$ 140.000.

Chen alerta, no entanto, que para comprovar uma mudança real de tendência, será necessário observar entradas contínuas nos próximos dias. Ele acredita que reverter a tendência de saídas do mês passado pode demandar não apenas dias, mas talvez semanas de entradas sustentadas.

O clima de incerteza econômica, intensificado por tensões comerciais recentes (como as tarifas de 50% impostas pelo presidente Trump ao comércio com a Índia), também contribui para esse cenário. A QCP Capital alertou que novas tarifas podem aumentar as expectativas de inflação, o que reforça o Bitcoin como um ativo de proteção.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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