Ethereum lança nova carteira ‘Kohaku’ para aumentar privacidade
A Ethereum Foundation está dando um novo passo em direção à privacidade nas transações digitais. Durante a conferência Devcon, que acontecerá em novembro na Argentina, a fundação vai apresentar o Kohaku, um novo framework de carteira digital. O objetivo do Kohaku? Permitir que os usuários façam transações sem precisar expor suas informações pessoais ou dados desnecessários na blockchain. É uma mudança significativa para quem se preocupa com a segurança da sua privacidade.
O desenvolvedor da fundação, Nicolas Consigny, anunciou que tanto a demonstração quanto o SDK (Software Development Kit) do Kohaku estarão disponíveis para testes durante o evento. Ele explicou que o projeto poderá ser utilizado como uma extensão de navegador ou como uma implementação de referência para desenvolvedores que queiram integrar funcionalidades de privacidade em suas aplicações.
O foco do Kohaku é garantir que somente as informações essenciais sejam compartilhadas durante uma transação, reduzindo assim os riscos de exposição. Essa iniciativa faz parte de um movimento maior dentro da Ethereum Foundation, que busca tornar a privacidade uma característica fundamental de sua infraestrutura.
O ‘Privacy Cluster’ da Ethereum Foundation
Um dia antes do anúncio do Kohaku, a fundação revelou a criação do Privacy Cluster, um grupo que conta com 47 engenheiros, pesquisadores e criptógrafos. Essa equipe tem a missão de integrar a privacidade em todas as camadas do ecossistema Ethereum. Eles trabalharão em conjunto com a equipe da Privacy and Scaling Explorations (PSE), que já é reconhecida por suas inovações em escalabilidade e criptografia.
A ideia é expandir as fronteiras da privacidade, abrangendo desde pagamentos anônimos até soluções de identidade descentralizada. A Ethereum Foundation enfatiza que privacidade é algo normal e essencial para que essa tecnologia continue sendo confiável e alinhada com a liberdade das pessoas.
Kohaku e o avanço técnico da privacidade na rede Ethereum
O desenvolvimento do Kohaku está inserido em uma pesquisa mais ampla focada em técnicas criptográficas avançadas. Um dos principais métodos explorados são as provas de conhecimento zero, que possibilitam realizar transações verificáveis sem expor dados sensíveis.
Essas soluções de privacidade estão sendo integradas diretamente à camada de protocolo, o que evita que elas sejam apenas “remendos” externos. Iniciativas como Semaphore, MACI (Minimal Anti-Collusion Infrastructure) e stealth addresses já demonstram o potencial de incorporar privacidade em diversos casos de uso. Isso inclui desde governança descentralizada até votação on-chain e pagamentos anônimos.
Nesse contexto, o Kohaku aparece como uma interface que oferece transações privadas por padrão em carteiras alinhadas com o ecossistema Ethereum.
O desafio da privacidade institucional
A Ethereum Foundation também estabeleceu uma Institutional Privacy Task Force, com a missão de investigar como as tecnologias de preservação da privacidade podem coexistir com requisitos regulatórios globais. Esse grupo está programado para lançar, em 2025, um conjunto de diretrizes que relacionam ferramentas de privacidade on-chain às estruturas que empresas e instituições financeiras utilizam para se manter em conformidade.
Essa abordagem espelha a perspectiva de Vitalik Buterin, um dos cofundadores da Ethereum. Ele acredita firmemente que a privacidade precisa ser reconhecida como um direito humano fundamental no design do protocolo, e não apenas como um recurso opcional para usuários mais experientes.
O mercado valida a narrativa da privacidade
Essa nova ênfase da Ethereum Foundation na privacidade também encontra um eco positivo no mercado. Dados mostram que os tokens de privacidade superaram o desempenho geral do mercado de criptomoedas em 65,3% nos últimos 30 dias. Isso indica claramente que a busca por transações mais confidenciais e seguras está crescendo a passos largos.