EUA acusam líderes de pirâmide por explorar jogadores brasileiros
O governo dos Estados Unidos está processando Michael Shannon Sims, de 48 anos, e Juan Carlos Reynoso, de 57 anos, por liderarem um esquema de pirâmide conhecido como OmegaPro. Esse golpe, envolvendo criptomoedas, causou um rombo estimado em impressionantes US$ 650 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) para suas vítimas.
Sims é acusado de ser o fundador da pirâmide, enquanto Reynoso cuidava das operações na América Latina. A investigação também revelou que há cerca de um ano, a polícia da Turquia prendeu Andreas Szakacs, que se autodenominava CEO da OmegaPro.
Pirâmide com rostos conhecidos
Para conquistar novos investidores e ganhar credibilidade, a OmegaPro usava celebridades em suas campanhas de marketing. Famosos como Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Falcão participaram de eventos e promoções, que eram uma verdadeira chama para aliciar novos clientes. Além desses ídolos, outros nomes renomados como Wesley Sneijder, John Terry, Iker Casillas e Luís Figo também foram envolvidos.
O esquema chegou a incluir estrelas do cinema, como Steven Seagal, na divulgação. Até hoje, não se sabe qual foi a quantia que cada um dos famosos recebeu para fazer parte dessa estratégia.
A acusação menciona que Sims, Reynoso e seus comparsas promoveram eventos luxuosos em diversas partes do mundo. Um exemplo foi a projeção do logotipo da OmegaPro no Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, em Dubai. Os eventos tinham o intuito de fazer os investidores acreditarem que a empresa era legítima e oferecia caminhos seguros para riqueza e um estilo de vida luxuoso.
A queda da OmegaPro
O esquema começou a desmoronar em janeiro de 2023, quatro anos após a sua fundação. Naquele momento, os golpistas alegaram que o dinheiro estava sendo transferido para outra plataforma chamada Broker Group. Infelizmente, as vítimas não conseguiram fazer saques nem obter os lucros que foram prometidos.
De acordo com as autoridades, mais de US$ 650 milhões levantados foram transferidos para carteiras de criptomoedas controladas pelos executivos da OmegaPro. Esses valores eram depois redistribuídos entre insiders e promotores de alto escalão, complicando ainda mais o rastreamento dos fundos. Isso deixou muitos sem respostas e sem o que lhes era devido.
Se a dupla for condenada, podem enfrentar até 40 anos de prisão. O FBI está recebendo relatos de vítimas, que podem entrar em contato através do site ou pelo e-mail disponibilizado, mas ainda não há informações sobre possíveis reembolsos.
Enquanto os EUA falam em US$ 650 milhões, outras estimativas sugerem que o total de prejuízo pode chegar a US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões). A situação, sem dúvida, deixa um rastro doloroso para muitos que foram enganados na expectativa de um investimento seguro.