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Ex-trader sequestrado na França pede resgate em criptomoedas

Um ex-trader de criptomoedas foi sequestrado na França e passou por um momento bem difícil entre Paris e Saint-Germain-en-Laye. O termo “ataque de chave inglesa” é usado para descrever esses casos, onde os criminosos forçam as vítimas a revelarem senhas e informações sob coação.

Essa situação faz parte de um fenômeno crescente no país, onde os sequestros relacionados a criptomoedas estão se tornando cada vez mais comuns. Muitos especialistas em segurança afirmam que isso é só “a ponta do iceberg”.

A vítima, que se identificou apenas como Alexandre, foi solta por volta das 4h da manhã de uma quarta-feira. Infelizmente, ele foi encontrado com o rosto inchado, resultado de um estrangulamento pelos sequestradores. Eles pediam aproximadamente 10 mil euros (cerca de R$ 63 mil) de um conhecido que estava na Argélia. Para pressionar a família, enviaram uma foto perturbadora dele amarrado e de joelhos.

Quando conseguiu retornar para casa, Alexandre foi levado pela polícia para um exame médico e um interrogatório. A situação é alarmante e levanta questões sobre a segurança de traders e investidores no entorno das criptomoedas.

Aumento de sequestros cripto

Esse ataque é uma parte de um padrão bem preocupante. David Sehyeon Baek, um consultor de crimes cibernéticos, destacou que esses sequestros muitas vezes não vêm à tona, pois as vítimas preferem permanecer em silêncio para proteger sua reputação e evitar novos problemas.

Dados apontam que a França lidera os casos de sequestros ligados a criptomoedas na Europa. Em 2025, foram registrados cerca de 10 incidentes, o que representa um terço dos 29 casos reportados em todo o continente.

Karan Pujara, fundador da ScamBuzzer, mencionou que, devido à natureza transfronteiriça das criptomoedas, muitas vezes o resgate é exigido em moeda digital. Os sequestradores, no entanto, preferiram euros nesse caso específico. Ele ressaltou que esses episódios mostram a necessidade de que traders e investidores evitem expor suas informações financeiras.

Baek também alertou que esse tipo de crime destaca a vulnerabilidade de traders de criptomoedas, que se tornaram alvos visados para grupos criminosos. O caso de Alexandre foi comparado ao de David Balland, cofundador da Ledger, que passou por uma situação ainda mais extrema.

Além disso, a polícia francesa atuou contra suspeitos e prendeu um mentor de sequestros no Marrocos. Tanto novos criminosos quanto gangues tradicionais estão entrando nesse jogo, atraídos pela facilidade de movimentação das criptomoedas.

Os criminosos, ao ver que golpes online não funcionam, estão dispostos a ir até as últimas consequências. Sem melhorias significativas nas práticas de segurança pessoal e colaboração policial, é provável que o número desses ataques continue crescendo.

Os investigadores que cuidam do caso de Alexandre ainda estão coletando evidências e analisando seu relato. É uma situação que exige atenção e cuidados redobrados para todos envolvidos nesse universo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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