Executivo da Vanguard se refere ao Bitcoin como “labubu digital”
Um executivo da gestora de ativos Vanguard recentemente fez uma comparação do Bitcoin a um brinquedo especulativo. Isso aconteceu mesmo quando a empresa começou a oferecer a possibilidade de negociar ETFs vinculados a criptomoedas. O comentário revelou um ceticismo que ainda persiste sobre os ativos digitais, apesar das mudanças na regulamentação.
John Ameriks, que lidera a área de renda variável quantitativa da Vanguard, explicou que o Bitcoin não apresenta fluxo de caixa ou características de valorização que a empresa busca em investimentos de longo prazo. Durante a conferência “ETFs in Depth” da Bloomberg, ele descreveu a criptomoeda como um “Labubu digital”, uma referência aos populares brinquedos colecionáveis.
“É complicado para mim enxergar o Bitcoin como algo além de um Labubu digital”, disse Ameriks. Ele destacou que não há evidências robustas de que a tecnologia blockchain oferece um valor econômico sustentável.
Historicamente, o Bitcoin tem sido comparado a manias especulativas, como as tulipas da Holanda no século XVII e os Beanie Babies dos anos 90. Críticos argumentam que suas altas de preço são mais alimentadas por histórias de escassez e pura especulação do que por fundamentos sólidos, como fluxos de caixa ou aplicações práticas.
Outro ponto que vem sendo discutido é a volatilidade. O Bitcoin sofreu uma queda significativa nas últimas semanas, negociando a US$ 89 mil no último domingo, após ter alcançado picos acima de US$ 126 mil em outubro, o que representa uma queda de cerca de 29%.
Vanguard oferece Bitcoin
Esses comentários de Ameriks surgem em um momento interessante, já que a Vanguard começou a permitir que seus clientes negociem ETFs e fundos mútuos focados em criptomoedas, após anos de resistência. Essa mudança ocorreu após a chegada do novo CEO, Salim Ramji, que é a favor do Bitcoin e assumiu em 2024.
A Vanguard, que administra cerca de US$ 12 trilhões em ativos, agora oferece aos clientes a oportunidade de negociar fundos que incluem Bitcoin, Ethereum, XRP e Solana, colocando as criptomoedas ao lado de ativos tradicionais como o ouro.
Ameriks comentou que a decisão de abrir a negociação se deu após a criação de um histórico para os ETFs de Bitcoin à vista lançados em janeiro de 2024. “Estamos permitindo que as pessoas comprem e mantenham esses ETFs em nossa plataforma, mas é uma decisão deles”, afirmou. Ele acrescentou que a empresa não dará conselhos sobre quais criptomoedas comprar ou vender.
Ele reconheceu que o Bitcoin poderia eventualmente mostrar valor em situações específicas, como altos índices de inflação ou instabilidade política, mas ressaltou que a história do ativo ainda é curta demais para uma tese de investimento clara. “Se conseguirmos observar movimentos confiáveis no preço nessas circunstâncias, poderemos conversar de forma mais sensata sobre uma possível tese de investimento”, disse.
Em um mercado que continua a evoluir, essas discussões mostram que o Bitcoin ainda gera debates sobre seu verdadeiro valor e seu lugar na economia.





