Faraó do Bitcoin retorna ao Rio após decisão judicial
Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como o “Faraó do Bitcoin”, está prestes a retornar ao Rio de Janeiro. A decisão da Justiça Federal determina que ele volte ao estado para participar de audiências nos dias 7, 8 e 9 de outubro de 2025, na 3ª Vara Federal Criminal. Até agora, Glaidson estava cumprindo pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.
Embora a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) tenha sugerido que as audiências ocorressem por videoconferência, a Justiça do Rio optou pelo formato presencial. Essa escolha gerou questionamentos sobre a segurança pública, mas a decisão foi mantida. A dúvida que paira no ar é se, após as audiências, Glaidson voltará para o presídio no Paraná ou se vai permanecer no Rio.
O juiz que avaliou o caso destacou que Glaidson continuou a agir de forma criminosa mesmo após sua prisão em 2021, durante a Operação Kryptos, da Polícia Federal. Investigações do Ministério Público revelam que, dentro da prisão, ele teria liderado uma organização criminosa responsável por fraudes financeiras e até homicídios. Em 2022, Glaidson foi pronunciado pelo homicídio de um rival no mercado de criptomoedas em São Pedro da Aldeia e também responde a tentativas de assassinato em Cabo Frio.
A situação de Glaidson é bem complicada. Ele acumula 25 anotações criminais, que vão desde organização criminosa até estelionato e homicídio. Além disso, seu histórico conta com 73 registros de ocorrências policiais, em sua maioria como autor ou envolvido em crimes.
O juiz frisou que, se as audiências fossem virtuais, Glaidson poderia estar presente sem riscos à segurança. No entanto, como a Justiça do Rio optou pela presença física, o retorno dele ao estado foi determinado.
A história do “Faraó do Bitcoin”
A trajetória de Glaidson começa com a GAS Consultoria, uma empresa que prometia rendimentos altos por meio do comércio de criptomoedas. O que parecia uma oportunidade de investimento logo se revelou um esquema de pirâmide financeira, levantando suspeitas e investigações que apontam para movimentações de R$ 38 bilhões.
Glaidson foi preso em 25 de agosto de 2021, durante a operação que desmantelou sua empresa, e junto dele, muitos outros membros do grupo. Alguns conseguiram fugir, como sua esposa, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que foi detida nos Estados Unidos por estar ilegalmente no país e foi deportada para o Brasil em 2023.
Na época da prisão, a Polícia Federal e a Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, uma coleção de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em dinheiro. A dinâmica do casal era bem definida: enquanto Glaidson se relacionava com os clientes, Mirelis cuidava da parte financeira.
Em 2023, Glaidson foi convocado para depor na CPI das Pirâmides e, durante seu testemunho, se envolveu em discussões acaloradas com alguns deputados, sendo chamado de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”.
Mas a história não termina aí. Glaidson é acusado de ter liderado uma organização criminosa que monitorava e até assassinava rivais no setor de criptomoedas, com gravações que comprovam essas ações sendo obtidas pelas autoridades.