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Forças que fizeram o Bitcoin ultrapassar US$ 90 mil

Um aumento na pressão de compra do Bitcoin fez com que a criptomoeda ultrapassasse a marca dos US$ 90 mil pela primeira vez em quase uma semana, alcançando um pico de US$ 91,8 mil na última quinta-feira (27). Esse crescimento não teve um motivo específico do mercado cripto por trás, mas foi impulsionado por uma melhora no sentimento de risco, conforme indicado por um relatório da QCP Capital, uma empresa de trading de Singapura.

Os analistas da QCP destacam que o Bitcoin pode enfrentar dificuldades para subir acima dos US$ 95 mil, em razão de fluxos de distribuição relacionados aos ETFs (Exchange Traded Funds). Por outro lado, a faixa entre US$ 80 mil e US$ 82 mil é vista como um suporte importante após a recente liquidação de ativos.

Apesar do cenário, o movimento de alta, que começou a partir de uma mínima de US$ 86.400, conseguiu se manter sem grandes correções. O Bitcoin subiu 4,5% nas últimas 24 horas e, neste momento, está sendo negociado por volta de US$ 90.922, segundo dados do CoinGecko.

A virada do Bitcoin pegou muitos vendedores de surpresa. Nos últimos 24 horas, foram contabilizadas liquidações de US$ 241 milhões em posições vendidas, ou seja, apostas na queda do ativo. Esse valor é mais do que o triplo dos valores liquidadas em posições compradas.

O índice S&P 500 também confirmou sua quarta vela diária de alta, acompanhando o movimento do Bitcoin ao retornar ao patamar de US$ 90 mil. Esse crescimento no mercado se dá em um contexto de reavaliação das possibilidades de corte de taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Atualmente, há uma probabilidade de 85% de que o Fed diminua as taxas em um quarto de ponto na próxima reunião, segundo a ferramenta CME FedWatch.

Riscos a serem observados

Apesar de alguns diretores do Fed terem sinalizado apoio a cortes nas taxas, ainda existem dois que mantêm uma postura neutra e seis que são contrários a essa decisão, conforme o relatório da QCP. Isso indica que o Bitcoin e o mercado cripto, em geral, estão muito ligados ao apetite por risco dos mercados tradicionais, além de serem influenciados por fatores macroeconômicos.

Outros riscos que podem reverter esse cenário positivo incluem uma possível retirada da estratégia do S&P 500. Nos mercados de opções, foram registrados fluxos institucionais de US$ 2 bilhões nesta semana, com operações que sugerem que o Bitcoin deverá permanecer em uma faixa restrita.

Essas operações incluem a estratégia long call condor, que é um tipo de aposta com perdas limitadas e lucros reduzidos, onde se compram quatro opções de compra (calls) com o mesmo vencimento, mas com diferentes preços de exercício. O lucro máximo acontece se o preço do ativo ficar entre dois dos preços de exercício intermediários, enquanto as maiores perdas ocorrem se o preço sair dessa faixa.

Conforme o mercado de criptomoedas e das ações continua a evoluir, ficará interessante observar como esses fatores se desenrolam. É uma fase de movimento intenso e as dinâmicas podem surpreender a qualquer momento.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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