G20 identifica lacunas na regulação de criptomoedas e stablecoins
O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB), que faz parte do G20, soltou um alerta importante: há “lacunas significativas” nas regulações de stablecoins e criptomoedas ao redor do mundo. O aviso foi dado na última quinta-feira e é uma preocupação com o crescimento acelerado desse mercado.
De acordo com uma reportagem, a falta de uniformidade e coordenação nas regras pode criar riscos crescentes à estabilidade financeira. O FSB foi criado depois da crise de 2008 e, em 2023, revisou recomendações para integrar o setor de criptos no sistema financeiro tradicional. Embora alguns progressos tenham sido feitos, a implementação das regras ainda está desigual e insuficiente, especialmente considerando que os criptoativos operam globalmente.
Mercado cripto dobra de valor e exige atenção regulatória
O relatório do FSB reconhece que, atualmente, os riscos à estabilidade financeira global são limitados, mas ressalta que estão crescendo. O valor total do mercado de criptomoedas dobrou nos últimos 12 meses, alcançando impressionantes US$ 4 trilhões, impulsionado principalmente pela alta do Bitcoin e outros ativos digitais.
John Schindler, secretário-geral do FSB, destacou que o crescimento rápido sem uma coordenação eficaz pode aumentar as vulnerabilidades no sistema financeiro tradicional. As criptomoedas não conhecem fronteiras, o que torna essencial a cooperação entre os países.
Falta de regras claras para stablecoins
Um dos principais pontos criticados pelo FSB é a falta de marcos regulatórios sólidos para as stablecoins, que são criptomoedas geralmente atreladas ao dólar. O mercado dessas moedas cresceu cerca de 75% em um ano, atingindo a marca de US$ 290 bilhões. É esperado que esse crescimento continue, especialmente com a implementação de novas regras nos Estados Unidos.
A avaliação incluiu 29 jurisdições, como Estados Unidos, União Europeia, Hong Kong e Reino Unido. Contudo, apenas as stablecoins foram examinadas no caso dos EUA.
FSB cobra coordenação internacional
O FSB fez recomendações para que as autoridades sejam mais ágeis na implementação de regras abrangentes e consistentes, além de destacar a importância da cooperação transfronteiriça. O relatório apresenta oito recomendações para alinhar as práticas regulatórias e evitar que empresas aproveitem lacunas em jurisdições com supervisão fraca.
Schindler também observou que, mesmo com cada país desenvolvendo sua própria legislação, os impactos das atividades de empresas cripto sediadas no exterior ainda são um problema. Ele enfatizou que, se alguns países não colaboram, os riscos permanecem, já que os ativos digitais circulam facilmente entre as fronteiras.