A empresa de criptomoedas Galaxy anunciou recentemente uma revisão em sua previsão de preço para o Bitcoin (BTC) até o final do ano. A meta caiu de US$ 185 mil para US$ 120 mil. Essa mudança vem logo após o Bitcoin ter ficado abaixo da marca de US$ 100 mil pela primeira vez em seis meses, resultando em um impacto significativo no mercado, com liquidações que somaram mais de US$ 2 bilhões.
Em seu comunicado, a Galaxy mencionou que o Bitcoin está entrando em uma nova fase, que eles chamam de “era da maturidade”. Essa fase deve ser marcada por uma maior absorção institucional e menor volatilidade, o que significa que os ganhos esperados podem ocorrer em um ritmo mais gradual. A empresa acredita que o BTC deverá se aproximar de seus pontos mais altos apenas ao final deste ano.
Atualmente, o Bitcoin está sendo negociado a cerca de US$ 104.140, com um leve aumento de aproximadamente 3%. No entanto, ainda está 18% abaixo de sua máxima histórica de cerca de US$ 126 mil, alcançada no mês passado, segundo dados da CoinGecko.
A Galaxy ainda destaca que a dinâmica do mercado mudou e passou a desfavorecer o Bitcoin. Um dos fatores que contribuiu para essa situação foi a onda de liquidações de US$ 19 bilhões em outubro, que teve seu início após o presidente Donald Trump ameaçar impor tarifas elevadas contra a China. Isso abalou a confiança dos investidores e afetou a liquidez.
Além disso, o cenário competitivo também se intensificou. Outros ativos, como o ouro e ações de setores relacionados à inteligência artificial, têm se mostrado uma alternativa atraente aos investidores. As stablecoins também estão em alta no universo das criptomoedas, desviando um pouco a atenção do Bitcoin.
No campo das políticas públicas, quando Trump reassumiu a presidência em janeiro, parecia haver um foco em criar uma reserva estratégica de Bitcoin. No entanto, após uma ordem executiva sobre o tema, não houve compras de BTC e o governo se manteve bastante discreto sobre essa iniciativa.
A Galaxy notou também que o interesse dos compradores de varejo por criptomoedas diminuiu desde 2021. Eles caracterizam esses investidores como “apáticos” em relação ao Bitcoin. Embora o entusiasmo em torno das memecoins tenha voltado a atrair alguma atenção, isso não reflite uma confiança de longo prazo no BTC.
De acordo com a Galaxy, as empresas que fazem tesouraria de Bitcoin estão entrando em uma nova fase. Antes, seus estoques subiam junto com o Bitcoin, mas agora isso parece menos certo. Dessa forma, elas terão que encontrar novas maneiras de gerar receita.
Alex Thorn, que é chefe de pesquisa da Galaxy e autor da nota, compartilhou suas opiniões no X. Ele continua a ver uma perspectiva otimista para o futuro do Bitcoin, mas ressalta que pode levar mais tempo do que o que muitos esperavam para que a criptomoeda atinja suas marcas anteriormente esperadas.
