O hacker Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, que foi detido na última segunda-feira (25) em Olinda, Pernambuco, revelou à polícia que recebia pagamentos em criptomoedas pelo trabalho que fazia. Ele ainda mencionou que acumula cerca de R$ 500 mil em ativos digitais, quantia que as autoridades já apreenderam em junho deste ano.
Cayo negou ser o responsável por ameaçar o influenciador digital Felca. No entanto, ele admitiu que invadia sistemas de órgãos públicos para vender informações e facilitar ações ilegais, como manipulação de registros do SUS e da Receita Federal, além de bloqueios em contas bancárias. Ele conseguia essa fortuna em criptomoedas ao acessar ilegalmente plataformas como a Polícia Ágil de Pernambuco, o CadSUS e o Cerebrum do Ceará. Em suas atividades, ele chegou a vender pacotes de dados no Telegram por valores que chegavam a R$ 50 mil.
Entre suas fraudes, Cayo destacava a emissão de falsos alvarás de soltura pelo Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), cobrando em média R$ 15 mil por cada um. Ao todo, ele disse ter realizado mais de 50 dessas operações, burlando o sistema.
Caso Felca
A investigação também investiga o papel de Cayo em um grupo que explorava crianças e adolescentes pela internet, através de “desafios” nas redes sociais. De acordo com o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, o hacker chegou a vender material de abuso infantil online. Esse contexto pode ter sido o motivo das ameaças enviadas a Felca, que recentemente publicou um vídeo denunciando essas práticas.
O conteúdo do vídeo fez alusão a uma rede organizada que lucrava com a exploração de jovens na internet e questionou a responsabilidade das plataformas por não coibir esses crimes. Felca se dedicou cerca de um ano em suas pesquisas para abordar um tema tão delicado.
