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Impacto dos bitcoins perdidos no preço do BTC

Muitos investidores de criptomoedas não se dão conta de que a verdadeira escassez do Bitcoin vai além dos 21 milhões de unidades que estão programadas. Isso porque cerca de 30% dos Bitcoins que existem hoje provavelmente nunca voltarão a ser movimentados, conforme explica Rafaela Romano, pesquisadora e fundadora da SecondB.

Esses “Bitcoins perdidos” vêm de carteiras ligadas a Satoshi Nakamoto, as moedas mineradas nos primeiros dias da rede que nunca foram tocadas, além de fundos que não são transacionados há mais de cinco anos. Rafaela menciona que, com base em uma estimativa conservadora, cerca de 6 milhões de Bitcoins estão permanentemente fora de circulação, o que deixa aproximadamente 13,8 milhões de moedas realmente disponíveis no mercado.

Um estudo da Alphractal, que analisa dados on-chain e métricas econômicas, aponta que 6,4 milhões de Bitcoins estão inativos desde 2018. Isso sugere que há um “piso” de moedas que, independentemente da valorização, permanecerão paradas. Essas moedas, chamadas de “suprimento inativo”, podem influenciar o preço do Bitcoin a longo prazo de forma significativa.

Rafaela também destaca que a situação pode ser ainda mais grave. Aproximadamente 2,8 milhões de Bitcoins estão nas mãos de investidores institucionais, como empresas de tesouraria de Bitcoin, governos e fundos negociados em bolsa nos Estados Unidos. Apesar das oscilações que podem ocorrer por conta de vendas e reposicionamentos, isso significa que, na prática, cerca de 11 milhões de Bitcoins estão nas mãos de investidores individuais.

### Investidores de longo prazo não estão vendendo

É difícil saber exatamente quantos Bitcoins não serão movimentados novamente, mas a análise dos dados on-chain também pode mostrar se os preços atuais estão atrativos o suficiente para os investidores de longo prazo realizarem lucros. Rafaela observa que, nesta fase de alta, o aumento no suprimento ativo não tem sido significativo, algo que historicamente costuma acontecer em momentos de pico do mercado.

Essa tendência sugere que, mesmo em um cenário de preços altos, os investidores que mantêm suas moedas não estão dispostos a vendê-las. Isso demonstra uma confiança forte no valor futuro do Bitcoin.

Atualmente, a quantidade de Bitcoin disponível para negociação em exchanges caiu para 14,5%, o menor nível desde agosto de 2018. As mesas de negociação de balcão também estão sentindo a falta de oferta. Essa escassez nas exchanges e nas vendas privadas pode sinalizar um choque de oferta que afetará diretamente o preço do ativo nos mercados.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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