Indicado de Trump à CFTC revela disputa com os gêmeos Winklevoss
Brian Quintenz, o candidato escolhido pelo presidente Donald Trump para liderar a CFTC, está em meio a uma polêmica com os fundadores da corretora de criptomoedas Gemini, os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss. Na semana passada, Quintenz divulgou supostas conversas que teve com os Winklevoss, onde eles teriam tentado sabotar sua indicação.
As mensagens, que seriam de uma troca em julho, mostram Tyler Winklevoss questionando Quintenz sobre sua reação a uma reclamação apresentada pela Gemini. Esse processo foi aberto contra a CFTC em junho, relacionado a investigações sobre a corretora. As conversas aconteceram pelo aplicativo Signal, onde os gêmeos expressaram preocupações sobre como a CFTC estava lidando com o caso.
Quintenz revelou seu descontentamento em postagens, afirmando que nunca teve intenção de tornar públicas as mensagens privadas. Entretanto, sentiu que, ao apoiar Trump, as mensagens poderiam esclarecer o que os Winklevoss estavam buscando dele. Ele afirmou que a conversa indicava que os irmãos queriam que ele prometesse apoio às suas queixas à agência, algo que ele se recusou a fazer.
O cenário fica ainda mais complicado com o histórico da Gemini. Em 2022, a corretora enfrentou um processo da CFTC por supostas declarações enganosas relacionadas ao Bitcoin. A situação se resolveu em janeiro deste ano, com a empresa pagando US$ 5 milhões, mas sem admitir irregularidades.
### O que as mensagens revelam?
Durante a troca de mensagens, os Winklevoss pareciam expressar insatisfação com a empolgação de Quintenz em relação à reclamação. Tyler, em um tom preocupante, mencionou que as questões levantadas na reclamação eram críticas para a cultura da CFTC, que ele estava prestes a liderar. Os gêmeos enfatizaram que a reforma cultural dentro da agência deveria ser uma prioridade.
Além disso, Tyler indicou que considerava entrar em contato diretamente com Trump para discutir o assunto, o que deixou Quintenz desconfortável. Ele detalhou que essa mensagem deixou claro o que os irmãos esperavam dele. Quintenz observou que, após essa conversa, eles procuraram o presidente para tentar paralisar sua confirmação, alegando motivos diferentes.
Quintenz, que já havia servido na CFTC durante o primeiro governo Trump, agora aguarda uma confirmação que está atrasada há meses. Sua indicação, feita em fevereiro, gerou preocupações sobre a abordagem da CFTC em relação ao setor de criptomoedas, especialmente considerando a crescente influência da Gemini no mercado.
Nos dias que se seguiram à troca de mensagens, importantes grupos do setor de criptomoedas pediram ao presidente que avançasse com a confirmação de Quintenz. Muitos acreditam que ele teria uma postura favorável ao setor, em um momento crucial para as regulamentações de criptomoedas.
Uma nova legislação em discussão poderia conferia à CFTC poderes significativos sobre o mercado de ativos digitais e empresas como a Gemini, que recentemente se estreou na bolsa de valores americana. A expectativa é que as próximas movimentações nesse cenário sejam decisivas para o futuro da regulamentação em criptomoedas nos Estados Unidos.