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Jerome Powell e o controle da cotação do BTC

O preço do Bitcoin atualmente está sem uma direção bem definida, refletindo um mercado mais lateralizado. A criptomoeda, que é a mais negociada do mundo, está reagindo diretamente às expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos. Na prática, isso significa que o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, pode influenciar bastante os preços do Bitcoin nesta semana.

O peso da macroeconomia no BTC

Recentemente, o mercado cripto passou por oscilações significativas. O preço do Bitcoin chegou a US$ 125.533 após a divulgação de um relatório de inflação mais favorável nos EUA. Essa notícia reacendeu as especulações sobre possíveis cortes na taxa de juros, o que acabou elevando também o preço de outros ativos, como o Ethereum, que teve uma valorização importante, a maior desde 2021.

Apesar dessa movimentação, o Bitcoin está consolidado em uma faixa entre US$ 115 mil e US$ 117 mil, enquanto o Ethereum enfrenta resistência em US$ 4,7 mil, um nível que já deteve o crescimento do ativo anteriormente. O foco dos investidores agora está voltado para o simpósio de Jackson Hole, onde Powell deve adotar um tom considerado neutro.

Análise da cotação do BTC: suportes e resistências

Segundo Paulo Aragão, do Podcast Giro Bitcoin, o suporte imediato do Bitcoin está em US$ 115 mil, enquanto as resistências ficam entre US$ 120 mil e US$ 123 mil. Caso o ativo consiga ultrapassar essas barreiras, pode buscar US$ 127 mil. No entanto, se houver uma queda, pode chegar até US$ 112 mil, um nível crítico.

Os dados do mercado mostram que a tensão estrutural permanece, criando um ambiente propenso a movimentos bruscos. No momento, as opções abertas somam US$ 39 bilhões em Bitcoin e US$ 35,5 bilhões em Ethereum. Isso indica um risco de liquidações em massa caso ocorra algum rompimento relevante.

Suporte forte deve ser US$ 114 mil

A trader Ana de Mattos, parceira da Ripio, aponta que, apesar do suporte em US$ 114.640 sugerir interesse comprador, o fluxo ainda é vendedor. Se essa tendência continuar, poderemos ver correções até US$ 114.100 e US$ 111.500. As resistências mais próximas estão em US$ 118.920 e US$ 123.280.

Mike Ermolaev, fundador da OutsetPR, diz que a atual situação é menos arriscada do que em momentos de alta anteriores. O índice de P&L do Bitcoin está alinhado com a média histórica, o que evita sinais de superaquecimento. Dados da Econometrics também sugerem que os fluxos de ETFs podem manter o preço acima de US$ 120 mil até setembro, com um limite superior em US$ 131 mil.

Expectativa para Jackson Hole

Os analistas recomendam cautela. Guilherme Fais, da NovaDAX, observa que a recente correção em altcoins foi mais um efeito de realização de lucros do que uma mudança de sentimento no mercado. Para ele, o Bitcoin também mantém uma tendência de alta no médio prazo, com suporte em US$ 112,5 mil e resistência em US$ 118 mil.

Sarah Uska, do Bitybank, destaca que o Coinbase Premium continua positivo, o que indica compras discretas por grandes investidores nos Estados Unidos. Esse comportamento sugere que, mesmo em períodos de queda, a demanda institucional ainda sustenta o mercado.

Do ponto de vista político, a pressão se intensifica, com Donald Trump advogando por cortes mais agressivos nos juros e as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia ainda gerando atenção. Esses fatores, combinados ao aguardado discurso de Powell, podem rapidamente mudar o apetite ao risco global.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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