Jesus do Bitcoin fecha acordo de R$ 260 milhões por fraude fiscal
O empreendedor de criptomoedas Roger Ver, popularmente conhecido como “Jesus do Bitcoin”, chegou a um acordo provisório com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que pode levar ao arquivamento de um processo criminal contra ele. Segundo informações de fontes próximas ao caso, Ver concordou em pagar cerca de R$ 260 milhões para encerrar uma acusação de fraude fiscal.
No ano passado, a polícia espanhola prendeu Ver após um pedido das autoridades americanas. Elas alegaram que ele vendeu Bitcoin em 2017 sem comunicar à Receita Federal dos EUA sobre os ganhos obtidos. A acusação levanta que Ver e suas empresas mantiveram em segredo a posse de 131.000 bitcoins desde 2014.
Ao vender essas criptomoedas em 2017, Ver supostamente não declarou os lucros ao IRS (Internal Revenue Service), mesmo sendo responsável pelas empresas MemoryDealers e Agilestar, que detinham os bitcoins. Em uma tentativa de resolver a situação, Ver e seus apoiadores até fizeram uma campanha para chamar a atenção do ex-presidente Donald Trump, buscando o arquivamento do caso. Durante o governo de Trump, vários processos contra empresas do setor de criptomoedas foram encerrados.
O “Jesus do Bitcoin”
Roger Ver ganhou o título de “Jesus do Bitcoin” por ser um dos primeiros a distribuir a criptomoeda gratuitamente, em um tempo em que seu valor era quase zero. Ele também investiu forte nas primeiras startups do setor. No entanto, ao longo do tempo, Ver passou a promover o Bitcoin Cash, uma versão alternativa do Bitcoin, que atualmente ocupa a 23ª posição no ranking de criptomoedas, e é bem menos valorizada em comparação ao Bitcoin original.
Ver defende que o Bitcoin Cash é o verdadeiro “Bitcoin” e, com isso, entrou em conflito com os entusiastas tradicionais do Bitcoin, conhecidos como maximalistas. Curiosamente, Ver já cumpriu pena de prisão em 2002 por comercializar explosivos pela internet. Em 2014, ele renunciou à cidadania americana e se tornou cidadão do paraíso fiscal de São Cristóvão e Névis.