O Tribunal de Apelações de Nova York começou a avaliar, nesta terça-feira (4), o recurso apresentado pela defesa de Sam Bankman-Fried, o ex-CEO da FTX. Ele está cumprindo uma pena de 25 anos por fraude e conspiração, o que envolve um desvio de bilhões de dólares de clientes da corretora de criptomoedas que não existe mais.
Esse recurso foi registrado em setembro e chegou ao relator no dia 7 de outubro. A defesa critica como o juiz Lewis Kaplan conduziu o caso e pede um novo julgamento. Durante o processo, um dos advogados de Bankman-Fried sustentou que o ex-CEO não teve a chance de apresentar provas que poderiam ser relevantes para sua defesa.
Em conversa com o site The Block, o advogado Samson Enzer comentou que a defesa está enfrentando um grande desafio, mas que será revelador acompanhar os questionamentos e o tom dos juízes. Ele indicou que um dos pontos centrais será se o tribunal de primeira instância cometeu um erro ao limitar as provas, o que poderia justificar um novo julgamento.
O advogado Howard Fischer, da Moses & Singer LLP, lembrou que, em geral, as cortes de apelação costumam dar liberdade aos juízes de primeira instância na condução dos julgamentos. Segundo ele, a menos que ocorram erros críticos que possam comprometer a justiça, é comum que essas decisões sejam mantidas. Portanto, é pouco provável que a apelação reverta a decisão anterior apenas por conta da conduta do juiz ou seus comentários.
Além disso, Fischer destacou que se os juízes fizerem poucas perguntas durante a audiência, é um sinal de que a decisão original provavelmente será mantida. A postura do painel também é um indicativo importante. Ele se perguntou se eles tratariam as reclamações de Bankman-Fried com seriedade, ou se o tom sugeriria o contrário.
O advogado ainda mencionou que, ao longo dos próximos meses, o tribunal deve emitir um parecer. Se a apelação não for aceita, os pais de Sam Bankman-Fried, Joseph e Barbara, irão intensificar os esforços para conseguir um perdão presidencial.
