Justiça manda “Faraó do Bitcoin” voltar a presídio federal
A situação envolvendo Glaidson Acácio dos Santos, o conhecido “Faraó do Bitcoin”, continua agitando as esferas de autoridade. Na última segunda-feira, um juiz do Rio de Janeiro decidiu que ele deve retornar ao Sistema Penitenciário Federal por um período de três anos. Essa determinação acontece após uma série de disputas quanto ao local de sua prisão.
Atualmente, Glaidson está no Presídio Laércio da Costa Pelegrino, famoso como Bangu 1. Ele havia sido transferido para esse presídio estadual na semana passada para participar de algumas audiências, mas não se sabia onde seria sua próxima prisão. Enquanto estava no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, ele poderia participar de audiências de forma virtual. Agora, com a nova decisão, fica confirmado que ele não retoma o regime federal, mas volta a um presídio federal após esse período em Bangu.
O advogado de Glaidson, Thiago de Souza Cardoso Lemos, afirmou anteriormente que a mudança para o Rio de Janeiro era definitiva. Ele dizia que não havia margem para retornar ao sistema penitenciário federal. As autoridades, no entanto, têm demonstrado preocupação, apontando que Glaidson representa um risco à segurança pública, dado seu suposto envolvimento em fraudes com criptomoedas.
Em 2024, o Ministério Público do Rio de Janeiro já havia solicitado que ele permanecesse no sistema penitenciário federal até pelo menos janeiro de 2027. Segundo investigações, Glaidson gerenciava um esquema que movimentou cerca de R$ 38 bilhões através de promessas de altos retornos em criptomoedas.
### A História do “Faraó do Bitcoin”
A empresa de Glaidson, a GAS Consultoria, atraía clientes com a promessa de lucros derivados do trading de criptomoedas. No entanto, a operação logo foi desmascarada como uma pirâmide financeira, levando a investigações em todo o Brasil. Ele foi preso em agosto de 2021 durante a Operação Kryptos, que capturou vários membros do grupo, mas alguns conseguiram escapar, incluindo sua esposa, Mirelis, que foi detida nos EUA em 2024 por estar no país ilegalmente.
Na prisão de Glaidson, a Polícia Federal e a Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, luxuosos carros e mais de R$ 13 milhões em dinheiro. Para muitos próximos ao casal, a divisão de tarefas era clara: enquanto Glaidson se ocupava do contato com os clientes, Mirelis gerenciava o dinheiro.
Em 2023, Glaidson foi chamado para depor na CPI das Pirâmides, onde teve embates acalorados com deputados, sendo chamado de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”. As consequências de suas ações não se limitam a fraudes; ele também é acusado de liderar uma organização que monitorava e até assassinava rivais no mercado de criptomoedas, segundo áudios obtidos pelas autoridades.
Esses eventos continuam a gerar um clima de atenção em torno do caso, que reflete as armadilhas e os riscos do mundo das criptomoedas.