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Litecoin avança com ETF e tesourarias em foco

Na última sexta-feira, dia 8, a Litecoin (LTC) alcançou o preço de US$ 123, seu valor mais alto em cinco meses. Embora ainda esteja quase 70% abaixo do seu recorde histórico de US$ 412,96, que foi alcançado em maio de 2021, muitos investidores começam a especular se a criptomoeda poderá voltar a brilhar.

Lançada em 2011, a Litecoin foi projetada como um meio de pagamento. Enquanto o Bitcoin é visto como o “ouro digital”, a LTC é frequentemente referida como a “prata digital”. No entanto, o cenário atual para a Litecoin não é tão promissor quanto o da prata no mercado, que subiu 30% este ano e atinge preços que não víamos há uma década. A Litecoin, apesar de uma valorização de quase 20% em 2025, ainda está longe de suas máximas históricas. Mas alguns fatores positivos têm despertado a esperança entre os investidores.

Com os Estados Unidos se abrindo cada vez mais para as criptomoedas durante o governo de Donald Trump, surgiu uma expectativa crescente pelo lançamento de novos ETFs (fundos negociados em bolsa) de ativos digitais. Esses fundos ampliam a variedade de opções além das mais conhecidas, como Bitcoin e Ethereum. E, segundo a plataforma descentralizada Polymarket, a chance de um ETF de Litecoin ser lançado ainda este ano é de 80%. Desde o início de 2025, empresas como Canary Capital, Grayscale e CoinShares já solicitaram a criação de fundos de LTC.

Outro fator animador é a crescente aceitação da Litecoin no comércio. Segundo a CoinGate, um gateway que processa transações com criptomoedas, a Litecoin se tornou a segunda mais utilizada para pagamentos, detendo 14,5% em julho, ficando logo atrás do Bitcoin.

Adoção institucional

A adesão de grandes instituições financeiras tem sido um impulso importante para a valorização do Bitcoin. Nesse cenário, a Litecoin também pode se beneficiar. No fim de julho, a MEI Pharma, uma empresa farmacêutica de capital aberto, anunciou que alocou US$ 100 milhões para se tornar uma empresa de tesouraria em Litecoin.

Illia Otychenko, analista da corretora CEX.IO, afirma que esse movimento da MEI Pharma foi determinante para a alta da Litecoin nas últimas semanas, que subiu 40% em apenas 30 dias. Otychenko comenta que os rumores sobre os ETFs não são novidades, mas servem como um lembrete que pode estimular a euforia no mercado. Ele acredita que o investimento da MEI Pharma poderá abrir as portas para outros grandes investimentos em Litecoin no futuro.

Chegou a hora da Litecoin?

Com todas essas notícias positivas, muitos podem se perguntar se chegou a vez da Litecoin brilhar novamente. Mas, talvez, seja preciso ter um pouco mais de cautela.

Taiamã Demaman, analista-chefe da Coinext, aponta que, embora a Litecoin tenha fundamentos sólidos, seu cenário atual não é tão atraente. A moeda enfrenta concorrência não só de outras criptomoedas, mas também de stablecoins, o que pode dificultar sua adoção em larga escala.

A última atualização significativa da rede aconteceu em maio de 2022, com a introdução do MWEB (MimbleWimble Extension Blocks), que trouxe opções de transações mais privadas. No entanto, essa mudança não teve um grande impacto no preço da Litecoin.

Por outro lado, um ponto positivo para o futuro da LTC é que, assim como o Bitcoin, sua oferta é limitada a 84 milhões de unidades, o que cria uma certa escassez. Atualmente, os mineradores recebem 6,25 litecoins por bloco, e o próximo halving está previsto para julho de 2027. De acordo com Demaman, esse halving pode gerar pressão altista nos preços a longo prazo.

Ele acredita que, no médio prazo, a tendência é de alta, especialmente se o mercado de criptomoedas em geral passar por um período de valorização. A Litecoin pode seguir a tendência de alta de outras moedas como Ethereum e Dogecoin, já que existe um mecanismo de merge mining que beneficia ambas. O suporte anual da Litecoin está em US$ 95, e, em uma projeção mais otimista, seus alvos são de US$ 172 e US$ 212, enquanto reações de queda podem ver suportes em US$ 80, US$ 60 e até US$ 51,80.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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