A recente incapacidade do Bitcoin de se manter acima da marca dos US$ 120.000 trouxe à tona um movimento significativo entre os grandes investidores. Especialistas estão chamando isso de “terceira grande onda de realização de lucros deste ciclo de alta”.
No final de julho, os lucros realizados com Bitcoin (BTC) chegaram a impressionantes US$ 6 bilhões a US$ 8 bilhões. Esse número coincide ou fica muito próximo das máximas alcançadas em março e dezembro de 2024, como aponta a análise da empresa CryptoQuant. Essa nova onda de vendas foi impulsionada pelas chamadas “novas baleias”, que começaram a realizar seus ganhos assim que o BTC ultrapassou os US$ 120.000.
Para quem não está tão familiarizado com o termo, no mundo das criptomoedas, as baleias são entidades que detêm pelo menos 1.000 BTC. Muitas dessas baleias são antigas, adquirindo suas moedas desde os primórdios. Já essas novas baleias parecem estar conectadas a investidores institucionais ou grandes empresas, que têm um peso significativo nas oscilações do mercado.
As duas ondas anteriores de realização de lucros ocorreram depois do lançamento dos fundos negociados em bolsa de Bitcoin nos Estados Unidos e durante a presidência de Donald Trump. Esses períodos também foram seguidos por um tempo de calmaria, onde o valor do Bitcoin e do mercado de criptomoedas, em geral, se estabilizou. Porém, essa tranquilidade deu lugar a uma liquidação completa no início de 2025, afetada pelas mudanças na política tarifária do ex-presidente, que gerou incertezas sobre o crescimento econômico e a inflação.
No entanto, o Bitcoin e o mercado cripto se recuperaram de forma robusta desde o início de abril, com o BTC atingindo uma nova máxima histórica acima de US$ 123.000 em julho.
Baleias antigas também reaparecem
Embora a análise da CryptoQuant tenha destacado as novas baleias como principais responsáveis pela venda recente, uma entidade inativa há tempos, que acumulou 80.000 BTC na era de Satoshi Nakamoto, decidiu realizar US$ 9,7 bilhões em lucros. Essa transação ocorreu em várias etapas por meio da Galaxy Digital, vendendo em grandes exchanges como Binance, Bybit, Coinbase e Bitstamp.
Após essa venda significativa, o preço do Bitcoin teve uma leve queda de 4%, mas o mercado se recuperou rapidamente. Isso mostra que há uma forte demanda e uma capacidade de absorção do mercado, mesmo em meio a grandes liquidações.
Além disso, neste ano, o desempenho do Bitcoin se destacou em relação a outros ativos, até mesmo superando o S&P 500. Embora esse índice tenha alcançado recordes históricos no último mês, ele acumula uma queda de 15% no ano quando comparado ao Bitcoin. Desde 2012, os dados da Bitbo indicam que o desempenho do S&P 500 está 99,98% abaixo do que o Bitcoin conseguiu.
