Mercado de baixa das criptomoedas pode levar anos para chegar
David Bailey, um empresário envolvido com Bitcoin e assessor do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe uma afirmação intrigante: ele acredita que o Bitcoin não enfrentará outro mercado de baixa tão cedo. Essa declaração vem em um momento de crescente interesse das instituições pelo mundo das criptomoedas.
No entanto, especialistas em cripto não estão tão certos. Muitos apontam que o ciclo de quatro anos do Bitcoin sugere que as coisas podem não ser tão simples. Segundo análises, existem vários fatores que podem impactar o mercado de forma negativa. Bailey, em uma postagem recente no X, mencionou que o que estamos vendo agora é uma verdadeira aceitação institucional do Bitcoin. Ele acredita que, em breve, governos, bancos, seguradoras e até fundos de pensão estarão lidando com essa criptomoeda de maneira séria. Afinal, reconhece que ainda estamos apenas começando, com uma fração ínfima do mercado endereçado.
Vale destacar que, nos últimos dois anos, as instituições têm se aproximado do universo cripto. Muitas optaram por investir em produtos como ETFs e já têm uma quantidade significativa de Bitcoin em suas tesourarias, que supera os US$ 100 bilhões.
Desafios para um mercado em alta
Um relatório de uma empresa de capital de risco levantou uma preocupação: será que essas tesourarias de Bitcoin vão durar? Se muitas delas não se sustentarem, isso poderia, de fato, trazer um novo mercado de baixa. CK Zheng, cofundador de uma gestora de criptoativos, também comentou que o setor ainda está muito ligado ao desempenho das ações. Se o mercado acionário cair, é provável que o cripto siga pelo mesmo caminho.
Zheng lembra que, no começo do ano, o mercado de ações quase entrou em baixa, mas conseguiu se recuperar. Para ele, a grande incógnita está em saber se isso se repetirá. Ele mesmo tem uma opinião otimista, especialmente considerando que o Fed (Banco Central dos EUA) sinalizou uma possível redução de juros.
Enquanto isso, Pav Hundal, analista de uma corretora australiana, destacou que parece haver um apetite maior por risco no mercado. Isso tem levado investidores a focar em ativos que estão se destacando, como Bitcoin e Ether. Ele também acredita que, em algum momento, haverá uma tendência de retorno a ativos mais seguros.
O futuro dos mercados de baixa
O último grande mercado de baixa de cripto aconteceu em 2022, e antes dele, em 2018. Em ambas as situações, um mercado em alta precedeu a queda. Ryan McMillin, de uma gestora de criptoativos, acredita que o cenário atual pode levar a um topo de preços em torno do segundo trimestre de 2026. Se a liquidez global mudar naquele período, pode ser que tenhamos uma queda moderada até lá.
Ele aponta que um colapso em compras de Bitcoin com dívida ou um choque regulatório poderia iniciar um declínio. Apesar dos riscos, McMillin menciona a possibilidade de que não tenhamos um verdadeiro mercado de baixa, comparando-o com o que aconteceu com o ouro, que teve um aumento contínuo após o lançamento dos ETFs.
Um ponto importante que ele reforça é que um mercado de baixa geralmente é precedido por um mercado altista; sem essa pré-condição, o mercado pode continuar subindo com correções pontuais, que podem ser boas oportunidades de compra.
No fim das contas, a conversa sobre o futuro do Bitcoin e do mercado cripto é cheia de nuances. A adrenalina e a incerteza estão sempre presentes, e o que se desenha à frente é um misto de otimismo cauteloso e possíveis reveses.