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Metaplanet eleva reserva de bitcoin para 18.888 BTC com compra recente

A Metaplanet, empresa japonesa, acaba de dar um passo significativo em sua trajetória no mundo das criptomoedas. Na última segunda-feira (18), a companhia comprou 775 Bitcoins por cerca de US$ 93 milhões (ou 13,7 bilhões de ienes). Com essa aquisição, o total de Bitcoins em seu portfólio subiu para 18.888 BTC, como parte de uma estratégia maior de tesouraria.

A compra foi realizada a um preço médio de US$ 120.000 por Bitcoin. Isso elevou o custo total dos investimentos da Metaplanet em BTC para impressionantes US$ 1,94 bilhão. Além disso, o preço médio geral de aquisição ficou em US$ 102.000 por moeda, mostrando uma gestão cuidadosa na aquisição.

Simon Gerovich, presidente da Metaplanet, usou as redes sociais para celebrar essa nova fase. “18.888 BTC. Em frente e para cima”, escreveu ele no Twitter. Porém, não demorou para que ele também falasse sobre a recente queda do preço do Bitcoin, que transacionou por um valor abaixo de US$ 115 mil no fim de semana. Ele destacou que é natural sentir uma certa decepção, mas reforçou a confiança na estratégia a longo prazo da empresa.

Transformação e novos rumos da Metaplanet

A Metaplanet não começou no mercado de criptomoedas. Fundada em 2010 como Red Planet Japan, a empresa atuava no setor de hotéis econômicos na Ásia. Contudo, a pandemia de COVID-19 atingiu em cheio seu modelo de negócios, levando ao fechamento de diversas propriedades e a seis anos seguidos de prejuízos.

Antes da mudança para a estratégia focada em Bitcoin, as ações da Metaplanet estavam estagnadas, girando em torno de US$ 1,32. A virada ocorreu quando a empresa adotou um novo manual de aquisição de Bitcoins, inspirado nas práticas de Michael Saylor, um dos principais nomes nesse segmento.

De acordo com Hank Huang, CEO da Kronos Research, essa estratégia não é exclusiva do Japão. “A recente compra da Metaplanet demonstra que a adoção de Bitcoin como reserva corporativa está se espalhando pelo mundo”, observou ele. Com isso, as empresas começam a ver o BTC como uma oportunidade de proteção contra incertezas econômicas.

Os desafios dessa estratégia

Entretanto, essa nova abordagem vem com riscos. Huang ressaltou que a volatilidade do Bitcoin é uma das principais preocupações para empresas como a Metaplanet. Quedas acentuadas nos preços podem impactar a confiança e os balanços financeiros.

Além disso, a diluição do patrimônio líquido também é uma questão a ser considerada. Isso acontece quando empresas emitem novas ações, o que pode diminuir a participação dos acionistas existentes. Apesar disso, a Metaplanet continua a investir em Bitcoin, anunciando planos para levantar US$ 3,7 bilhões em ações para ampliar suas compras.

A situação pode ser mais complicada para outras companhias asiáticas que desejam seguir o mesmo modelo. “As regras variam muito pela região, e as empresas enfrentam desafios únicos”, comentou Jay Jo, analista sênior na Tiger Research. Apesar do potencial de liquidez que compras constantes de Bitcoin podem trazer, o impacto nas flutuações de preço é um fator a se considerar.

Por fim, essa relação íntima entre ações empresariais e o preço do Bitcoin também levanta preocupações. Em momentos de instabilidade, isso pode resultar em “crises repentinas de caixa”, complicando ainda mais a saúde financeira das empresas envolvidas.

As decisões da Metaplanet e de outras companhias no cenário das criptomoedas mostram que, enquanto há oportunidades, também existem desafios reais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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