Michael Saylor compra BTC e mercado enfrenta ‘medo extremo’
Michael Saylor voltou a falar sobre Bitcoin, e suas declarações vêm em um momento interessante. Ele sugere que a Strategy, sua empresa, pode estar planejando mais compras de Bitcoin, mesmo com o clima pessimista que tomou conta do mercado.
Esse otimismo surge quando os sentimentos entre os investidores estão tipicamente baixos, com muitos vivendo um “medo extremo”. E, mesmo assim, alguns especialistas acham que as chances de alta do BTC a curto prazo são limitadas.
Michael Saylor e sua confiança no Bitcoin
O CEO da Strategy compartilhou em suas redes sociais a ideia de “mais pontos laranja”, uma expressão que, para quem acompanha o mercado, pode indicar novas aquisições de Bitcoin pela empresa. Atualmente, a Strategy é a maior detentora corporativa de BTC no mundo, possuindo mais de 708 mil bitcoins, somando cerca de US$ 59 bilhões.
Esse montante é especialmente impressionante, já que o custo médio de aquisição da empresa está abaixo dos preços atuais, o que demonstra a visão a longo prazo que Saylor tem sobre a criptomoeda.
Por outro lado, o clima entre os investidores não parece estar da mesma forma. O índice de medo e ganância do mercado está em 21, uma medida que aponta para um “medo extremo”. Essa leitura é sustentada pelo comportamento cauteloso que vem se estendendo entre os traders nas últimas semanas.
Fluxos de ETFs e a valorização do BTC
Jeff Park, da Bitwise Alpha, comenta um ponto interessante sobre o que tem limitado a valorização do Bitcoin. Ele observa que muitos investidores antigos continuam vendendo opções de compra. Isso acaba ampliando a oferta indireta do ativo e, portanto, explicando por que o preço não reage às entradas constantes em ETFs.
Embora os fundos estejam absorvendo Bitcoin, essa movimentação ainda não está resultando em uma pressão de alta sólida. Para Park, é um reflexo da cautela que ainda permeia o capital institucional. Um exemplo claro disso é a Vanguard, que mesmo oferecendo ETFs de Bitcoin, está lidando com o ativo com um certo receio.
Ele também destaca uma diferença no mercado de opções do ETF IBIT em comparação com o mercado de Bitcoin em si. No IBIT, as opções de compra estão sendo negociadas com preços elevados, o que indica que os investidores estão pagando mais por proteção de alta por meio dos ETFs.
Cenário de derivativos e futuro do Bitcoin
Para Park, a verdadeira força do Bitcoin só pode ser recuperada se a demanda por opções ligadas a ETFs superar a oferta no mercado nativo. Até lá, a expectativa é que o ativo continue em uma faixa de preço limitada.
Os dados do CoinGlass mostram que o volume negociado em futuros de Bitcoin caiu 24%, para cerca de US$ 49 bilhões. Esse recuo é um sinal de que o apetite especulativo está baixo no curto prazo, mesmo que o interesse em aberto tenha crescido 3,2%, alcançando cerca de US$ 60,7 bilhões.
Essa combinação é uma indicação de que muitos investidores estão se posicionando sem uma direção clara. No entanto, a adoção do Bitcoin continua a crescer fora do mercado de derivativos. Um exemplo recente é a parceria entre o banco PNC e a Coinbase, que permitirá a negociação de Bitcoin em sua rede nos Estados Unidos.
Em meio a esse cenário de cautela, alguns sinais de acumulação estratégica ainda estão aparecendo. As mudanças no mercado de criptomoedas sempre trazem nuances, e observá-las pode ajudar a entender melhor as dinâmicas em jogo.





