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A casa caiu: Mineradoras de Bitcoin clandestinas são apreendidas na fronteira do Brasil com Paraguai

Uma operação recente na fronteira do Brasil e Paraguai resultou na apreensão de várias mineradoras de bitcoin clandestinas. A Administração Nacional de Electricidad (ANDE), estatal responsável pelo abastecimento de energia no Paraguai, anunciou a intervenção em um galpão de mineração localizado a 20 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Operação contra galpão de mineração de bitcoin clandestino no dia 9 de julho de 2024 (Crédito/ANDE)

Detalhes da operação

Na última terça-feira (9), a ANDE detectou uma situação irregular na rede elétrica: uma ligação direta sem medidor na rede de Média Tensão, com carga média de 30 Amperes nas três fases, o que equivale a uma demanda instantânea de 1.186 kW. Esta energia estava sendo usada para atividades de mineração de criptomoedas.

Após identificar o roubo de energia, a ANDE denunciou o caso ao Ministério Público, que autorizou a operação no local suspeito em Hernandarias, Paraguai. A operação contou com o apoio da polícia local e a presença do promotor Alcides Jiménez, além dos advogados Nelson Cardozo e Ceber Maidana, representando o senhor Qingming Sun. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram a mineração de bitcoin clandestina, embora os equipamentos estivessem desligados e inoperantes. Mesmo assim, todos os equipamentos foram apreendidos.

Consequências legais e econômicas

A ANDE apresentou denúncia formal ao Ministério Público por furto ilegal de energia elétrica, perturbação do serviço público e sabotagem, conforme os artigos 173, 218 e 274 do Código Penal. Com essa intervenção, a estatal afirma ter evitado uma perda mensal aproximada de ₲ 387.791.776 em energia elétrica não faturada. Esse valor, juntamente com os custos de intervenção e multas aplicáveis, será cobrado do responsável pelo galpão clandestino.

Em nota oficial, a ANDE reafirmou seu compromisso em combater as ligações irregulares e o uso indevido de energia elétrica, que causam grandes danos econômicos e prejudicam o funcionamento do sistema elétrico. A estatal paraguaia continuará vigilante e atuante na identificação e eliminação dessas práticas ilegais.

Cobrança extra para mineradoras de bitcoin

Além da operação recente, a ANDE aumentou a taxa elétrica cobrada pela mineração de bitcoin e criptomoedas no Paraguai no final de junho de 2024. Essa medida visa regularizar o setor e garantir que as empresas operem de forma legal e sustentável. No entanto, com o aumento das taxas, a lucratividade das mineradoras é incerta, especialmente após investimentos milionários feitos por empresas sérias e reguladas.

Vale destacar que o Paraguai tem uma produção elétrica que supera suas necessidades, com o excedente sendo vendido a países vizinhos como Brasil e Argentina. Mesmo assim, a ANDE está determinada a garantir que a energia utilizada no país seja faturada corretamente e utilizada de forma lícita.

Conclusão

A operação na fronteira do Brasil e Paraguai destaca a crescente fiscalização sobre as atividades de mineração de criptomoedas, especialmente nas áreas próximas às fronteiras. As ações da ANDE visam não apenas proteger os recursos energéticos do país, mas também assegurar que todos os envolvidos no setor de mineração de bitcoin operem dentro das normas estabelecidas. Com o aumento das taxas e a vigilância contínua, o futuro das mineradoras de bitcoin na fronteira do Brasil permanece incerto, mas é evidente que a fiscalização será cada vez mais rigorosa.

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Gustavo Morais

Jornalista, com pós-graduação em Produção e Crítica Cultural. Cerca de 20 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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