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Mineradores de bitcoin furtaram mais de US$ 1 bilhão em energia

Nos últimos anos, a mineração de Bitcoin tem atraído muita atenção, mas nem sempre de uma forma positiva. Recentemente, a estatal Tenaga Nasional Berhad, da Malásia, trouxe à tona um dado alarmante: operações ilegais de mineração de Bitcoin consumiram mais de R$ 5,84 bilhões em eletricidade apenas nos últimos cinco anos. Isso mostra como práticas clandestinas, que começaram a aparecer em 2018, têm se expandido rapidamente.

Desde 2020, o Ministério da Transição Energética da Malásia identificou mais de 13 mil endereços que usaram energia de maneira irregular. E o método é bem sacado: os mineradores conectam suas máquinas diretamente às linhas de distribuição de energia, funcionando à margem dos sistemas tradicionais. Isso acaba gerando um consumo alto sem levantar suspeitas.

Para lidar com essa situação, a empresa de energia criou um banco de dados detalhando informações sobre os proprietários e inquilinos que podem estar envolvidos nesses esquemas. Em maio, as autoridades revelaram um crescimento impressionante de 300% nos casos de roubo de energia ligados à mineração de criptomoedas.

Essas operações clandestinas costumam ser montadas em locais inesperados, como depósitos, galpões e até residências, todos com um consumo elétrico considerável. Em diversas fiscalizações, as equipes encontraram redes adaptadas para evitar que os medidores registrassem o consumo de energia.

E essa situação se tornou mais evidente após ações de repressão realizadas pela polícia. Em uma delas, foram apreendidas 45 máquinas de mineração em locais como Hulu Terengganu e Marang, avaliadas em cerca de RM 225 mil, ou seja, aproximadamente R$ 287 mil.

### Mineradores de Bitcoin roubam energia

O desvio de energia por esses mineradores tem causado um prejuízo significativo à Tenaga Nasional. As autoridades indicam que esse fenômeno persiste porque os sistemas de monitoramento atuais não foram feitos para detectar cargas industriais fixas.

Um especialista local, Gaius, do TankDAO, explicou que a combinação de eletricidade subsidiada e a alta no preço do Bitcoin criou um cenário econômico que muitos acham difícil de ignorar. O potencial de lucros ao driblar os medidores levou muitos operadores a correr riscos consideráveis. Ele ressalta que os sistemas da Malásia falham em distinguir entre consumo residencial e industrial constante, permitindo que fazendas clandestinas operem por longos períodos sem serem notadas.

A mineração de criptomoedas na Malásia, embora legal em teoria, ainda se encontra em uma área cinzenta em termos de regulamentação. Isso acontece porque faltam regras claras, o que facilita brechas que grupos ilegais podem explorar. Entretanto, mudanças podem estar a caminho, com autoridades discutindo a necessidade de um licenciamento obrigatório e fiscalização mais rigorosa para operações legítimas.

Gaius também levantou a preocupação de que, em meio a essas possíveis reformas, haja uma correção excessiva que penalize empresas regulares e atrapalhe os planos da Malásia de se firmar como um hub tecnológico no Sudeste Asiático. O desafio atual é encontrar um equilíbrio entre combater roubos de energia e fomentar a inovação, especialmente em um momento em que o país busca se destacar na economia digital.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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