Movimentação atípica de criptomoedas no Brasil preocupa Banco Central
O Banco Central está em alerta. Na noite de domingo, o órgão enviou uma comunicação importante para associações que representam instituições do sistema financeiro brasileiro. O motivo? Uma movimentação suspeita envolvendo a stablecoin Tether (USDT), que é bastante utilizada em transações de criptomoedas no país.
Esse alerta surge um pouco mais de um mês após o maior ataque cibernético já registrado contra empresas que fazem parte da infraestrutura do Pix, resultando em perdas significativas.
Conforme o documento do Banco Central, os técnicos perceberam um aumento incomum na busca por operações com USDT. Essa atividade suspeita está especialmente ligada a pagamentos e movimentações em corretoras de criptomoedas. Segundo o regulador, padrões como este já sinalizaram divagações que poderiam culminar em ataques cibernéticos em situações anteriores. Um exemplo disso ocorreu em julho, quando hackers atingiram a empresa C&M Software após sinalizações similares.
Movimentação de USDT deixa Banco Central em alerta
O alerta foi enviado às 17h30 para a Febraban, a AB Fintechs e a ABBC, que representam os principais bancos e fintechs do Brasil. Embora o Banco Central não tenha detalhado se houve uma tentativa concreta de invasão, fontes próximas ao sistema afirmam que essa comunicação tem um caráter preventivo. A intenção é aumentar a vigilância em toda a estrutura de pagamentos instantâneos.
Diego Perez, presidente da AB Fintechs, comentou que o aviso não trouxe detalhes de incidentes específicos, mas reconheceu a necessidade de um reforço imediato nas áreas de segurança. Por outro lado, Leandro Vilain, presidente da ABBC, tranquilizou que não há motivos para pânico, mas enfatizou a importância de redobrar a atenção diante do aumento do risco de ataques digitais.
A Febraban informou que já está monitorando de perto qualquer eventualidade e orientou os bancos associados a acionar seus comitês internos de fraude e cibersegurança. A recomendação envolve intensificar a vigilância em horários noturnos, bloquear transações suspeitas e fazer checagens rigorosas em transferências de valores altos, especialmente aquelas direcionadas a corretoras de criptoativos.
Além disso, o Banco Central também deixou claro que as instituições devem comunicar imediatamente qualquer movimentação que fuja do padrão dos clientes. A meta é evitar que brechas sejam exploradas por ataques coordenados, que poderiam colocar em risco a estabilidade do sistema de pagamentos brasileiro.