Nano Labs inicia plano de aquisição de BNB com primeira compra
A Nano Labs, uma empresa chinesa de microchips, deu um passo audacioso ao decidir adquirir até 10% do fornecimento circulante total do BNB. A primeira compra foi de US$ 50 milhões desse ativo digital. O objetivo da empresa é bem ambicioso: alcançar até US$ 1 bilhão em BNB ao longo do tempo.
Recentemente, a Nano Labs comentou que, após essa nova aquisição, suas participações em BNB e Bitcoin somam cerca de US$ 160 milhões. A companhia, fundada em 2019 por Kong Jianping e Sun Qifeng, nasceu após ambos deixarem seus cargos na Canaan, uma fabricante de hardware em Singapura. Em 2022, a Nano Labs abriu capital e se especializa na produção de chips de alta performance.
Ações da Nano Labs em queda
Embora o anúncio inicial de um plano de US$ 500 milhões em notas conversíveis tenha feito as ações da Nano Labs dispararem mais de 106%, a recente compra não animou os investidores como se esperava. Após a aquisição, as ações da empresa caíram mais de 4,7% durante a negociação regular de quinta-feira e atingiram US$ 8,21 depois do fechamento do mercado.
Enquanto isso, o BNB se manteve estável, subindo levemente 0,3% nas últimas 24 horas e sendo negociado a cerca de US$ 663.
Desafio para atingir 10%
O mercado do BNB atualmente tem um valor de US$ 93,4 bilhões, com um fornecimento circulante de 145.887.575 moedas, de acordo com dados do CoinGecko. Para que a Nano Labs consiga alcançar 10% desse fornecimento, precisaria desembolsar cerca de US$ 926 milhões.
Lembrando que o fornecimento inicial do BNB era de 200 milhões de moedas, mas esse número vem diminuindo devido às queimas de tokens feitas pela Binance, que busca reduzir a circulação. Um levantamento da Forbes de junho de 2024 mostrou que a Binance e seu ex-CEO, Changpeng “CZ” Zhao, detêm juntos 71% dos 147 milhões de BNB existentes na época.
Um porta-voz da BNB Chain destacou o interesse crescente de investidores institucionais. “Apoiamos toda adoção orgânica que fortaleça o BNB e promova o crescimento sustentável do nosso ecossistema”, afirmou.
Questionamentos sobre tesouros em cripto
Ainda que muitas empresas estejam começando a incluir criptomoedas em seus tesouros, Anthony Scaramucci, do fundo de hedge SkyBridge Capital, não acredita que essa tendência vá se sustentar. Em uma entrevista, ele ressaltou que, a longo prazo, investidores podem questionar a lógica de optar por investir em uma empresa que detém criptomoedas, ao invés de adquiri-las diretamente.
Ele exemplifica: “Se você dá US$ 10 para alguém que coloca US$ 8 em Bitcoin, ela pode se sair bem. Mas talvez fosse melhor colocar os US$ 10 diretamente em Bitcoin.” Embora esteja otimista em relação ao Bitcoin, Scaramucci acredita que deve-se sempre analisar os custos associados às empresas que mantêm tesouros em criptomoedas.