O que esperar do Bitcoin em setembro: alta ou queda?
A leve recuperação do Bitcoin nesta quarta-feira (27), com uma alta de 0,6% e sendo negociado a US$ 111.166, trouxe um pequeno alívio para os investidores. Porém, os especialistas estão alertando que o mercado pode estar entrando em uma “fase de arrefecimento” mais intensa.
A combinação da queda na atividade on-chain com saídas de grandes investidores indica que a cautela pode reinar nos próximos meses. Uma análise realizada pela Glassnode mostrou uma desaceleração significativa na atividade da rede, o que reflete diretamente na recente queda do preço do Bitcoin.
Dados compilados por eles revelam que o volume médio mensal de transferências caiu 13%, passando de US$ 26,7 bilhões para US$ 23,2 bilhões. Se essa tendência continuar e o número diminuir abaixo da média anual de US$ 21,6 bilhões, isso poderá confirmar um enfraquecimento na atividade especulativa, sinalizando uma baixa na demanda.
Vendas superam as compras
Atualmente, o Bitcoin está 10% abaixo da sua máxima alcançada em 14 de agosto, que era de US$ 124.128. Essa desaceleração aparece em um momento em que os investidores de longo prazo têm aumentado a pressão de venda.
Os lucros realizados por esses investidores estão entre os maiores já registrados quando olhamos para ciclos anteriores. Segundo a Glassnode, isso é um forte indicativo de que o mercado pode estar enfrentando uma fase final. Georgii Verbitskii, trader de derivativos e fundador da plataforma DeFi TYMIO, comentou que estamos provavelmente passando por um período de arrefecimento que pode persistir durante setembro.
Além disso, a saída de fundos negociados em bolsa (ETFs) e a instabilidade da economia global estão intensificando esse clima de incerteza. A Ecoinometrics, uma newsletter focada em pesquisa sobre criptomoedas, destacou que, com base no modelo de fluxos em relação ao preço, o preço esperado poderia cair para US$ 107.000, podendo até alcançar o psicológico US$ 100.000 se as saídas persistirem.
Expectativas para o Bitcoin
Verbitskii acredita que o objetivo de US$ 100.000 ainda é viável, mas ele também ressalta que devemos estar atentos às oscilações do mercado. Esse cenário, combinado com a queda nos fundamentos do Bitcoin e a instabilidade macroeconômica, deixou analistas mais cautelosos.
Setembro não tem sido um mês favorável historicamente, com um retorno médio de -3,77% nos últimos 12 anos, e o terceiro trimestre costuma trazer retornos negativos, de acordo com a CoinGlass. Diante disso, Verbitskii aconselha cautela: abrir novas posições compradas agora pode não ser o mais inteligente. Ele sugere adotar uma postura de “esperar para ver”, afirmando que fazer isso faz sentido apenas se conseguirmos recuperar e manter acima de US$ 118.000.