Ouro ultrapassa US$ 4.000 e analista vê semelhança com anos 70
Ouro bateu um novo recorde nesta quarta-feira, 8 de outubro, sendo negociado acima dos US$ 4.000 pela primeira vez. Essa valorização reflete a crescente desconfiança nas moedas tradicionais e uma busca intensa por ativos mais escassos, como é o caso do ouro.
Durante sua participação no Greenwich Economic Forum, Ray Dalio, o famoso fundador da Bridgewater Associates, fez uma comparação interessante. Ele apontou que o momento atual é muito similar ao que vivemos no início dos anos 70, e fez uma pergunta que está ecoando entre os investidores: “onde colocar seu dinheiro?”.
As declarações de Dalio surgem logo após outra figura de peso dos investimentos, Paul Tudor Jones, ter dito que o cenário atual lembra bastante o cenário de 1999, um período marcado por uma bolha na tecnologia. Apesar das divergências temporais, ambos os investidores concordam que há um mar de oportunidades no mercado; a chave é saber onde aplicar os recursos.
Ray Dalio recomenda investir em ativos como ouro e Bitcoin
Em julho deste ano, Dalio sugeriu que seus seguidores mantivessem cerca de 15% de suas reservas em ouro ou Bitcoin, como forma de se proteger da diminuição do poder de compra do dólar e de outras moedas emitidas por governos. Agora, ele reafirma essa ideia, destacando que o clima econômico atual é similar ao que se via na década de 1970, quando os Estados Unidos se afastaram do padrão-ouro.
“O que vamos ver é uma busca por uma reserva de riqueza. Qual é a sua? O que você escolherá? Uma moeda deve ser tanto um meio de troca quanto uma reserva de riqueza”, explicou Dalio. Ele lembrou que, em tempos de alta dívida, as pessoas tendem a perder a confiança nas suas moedas.
Ele ainda fez uma declaração reveladora: “É natural procurar uma reserva alternativa de riqueza, e é por isso que nos voltamos para moedas mais robustas”. Dalio considera o ouro como a opção mais pura e fundamental entre essas alternativas: “É o único ativo que pode ser possuído sem depender de outra pessoa para lhe devolvê-lo”.
Os dados corroboram suas observações. O preço do ouro, que já tinha conseguido romper a barreira dos US$ 3.000 em março, chegou a essa nova marca em outubro, acumulando uma valorização de 54,3% em 2023. Para um ativo considerado conservador, esse desempenho é realmente notável.
Além disso, Dalio também mencionou em setembro que as criptomoedas podem seguir uma trajetória similar à do ouro nas décadas de 30 e 70, já que ambas compartilham características como a escassez.
E se a valorização do ouro é impressionante, o mesmo pode ser dito sobre o Bitcoin, que atingiu os US$ 126.200 no dia 6 de outubro, um pico histórico. Neste momento, a criptomoeda opera em torno de US$ 124.000, demonstrando que o apetite por ativos que oferecem um certo tipo de segurança, como o ouro e o Bitcoin, está em alta no mercado.