PF realiza operação contra lavagem de dinheiro com criptomoedas
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira em São Paulo a Operação Sibila. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa que se especializou em lavagem de dinheiro e evasão de divisas com o uso de criptomoedas.
Na capital paulista, os policiais estão cumprindo cinco mandados de prisão temporária, além de dez mandados de busca e apreensão. A ação ainda inclui o sequestro de valores e o bloqueio de bens, tudo autorizado pela Justiça Federal do estado.
Essa operação é um desdobramento da Operação Colossus, que começou em janeiro de 2024. Naquela ocasião, foi preso o líder de uma rede criminosa que movimentou mais de R$ 50 bilhões em criptomoedas ao longo de aproximadamente quatro anos.
Os investigadores informaram que o esquema utilizava empresas de fachada e pessoas interpostas para realizar as transações ilegais. Até as 8h da manhã, pelo menos três pessoas já tinham sido presas, conforme relatos da mídia. Um dos detidos estava, na verdade, em custódia, enquanto outro suspeito foi localizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A Operação Sibila também resultou na apreensão de mais de R$ 700 mil em espécie. Os policiais ainda confiscaram duas SUVs de luxo — uma Land Rover e uma BMW blindada — além de chaves de acesso a carteiras de criptomoedas, celulares e outros materiais que podem ser fundamentais para a investigação.
A PF revelou que os três presos e os responsáveis pelo dinheiro apreendido atuavam como operadores financeiros desse esquema de lavagem de dinheiro.
Lavagem com criptomoedas
A Operação Colossus começou em 2022 após a prisão de um indivíduo que estava ligado a uma empresa que movimentou mais de R$ 13 bilhões entre 2017 e 2021, e sem emitir notas fiscais. No total, a operação revelou movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 61 bilhões, feitas por arbitradores, exchanges e empresas de fachada.
Os investigadores descobriram que um dos presos continuou operando o esquema mesmo depois de se mudar para Dubai, utilizando contas em nome de “laranjas”. Uma dessas empresas, em apenas dez meses, registrou movimentações que superaram os R$ 1,4 bilhão.
Em janeiro do ano passado, um operador financeiro com experiência em lavagem de dinheiro através de criptomoedas foi preso. Ele já tinha sido alvo da Operação Colossus, mas estava foragido.
A detenção ocorreu no aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo, quando tentava embarcar em um voo para Dubai, onde estava vivendo nos últimos anos.