Planos de aposentadoria cripto em 401(k) superam ETF de Bitcoin, aponta analista
A inclusão de criptomoedas nos planos de aposentadoria pode ser um grande passo para a aceitação do Bitcoin. Essa mudança pode liberar bilhões em novos investimentos e, quem sabe, levar o preço do ativo a mais de US$ 200.000 até o final de 2025. Essa é a visão de André Dragosch, que comanda a pesquisa europeia na gestora de criptoativos Bitwise.
A ideia começou a ganhar forma quando o presidente Donald Trump assinou, em 7 de agosto, uma ordem executiva que permite aos cidadãos dos EUA acessarem criptomoedas através dos planos de aposentadoria 401(k).
Dragosch acredita que a entrada de criptomoedas nesses planos pode ter um impacto ainda mais significativo sobre o Bitcoin do que a tão aguardada aprovação dos ETFs de Bitcoin. Segundo ele, essa inclusão pode gerar um capital novo de cerca de US$ 122 bilhões, se a alocação for de apenas 1% das carteiras. E a previsão otimista continua: é possível que cheguemos a US$ 200.000 até dezembro.
Esses planos de aposentadoria nos EUA são gigantescos, representando uma indústria avaliada em US$ 12,2 trilhões. Portanto, até mesmo uma alocação modesta poderia resultar em grandes mudanças.
Negócios e Expectativas
Gerentes de planos de aposentadoria podem diversificar suas investidas, incluindo ETFs de Bitcoin, que poderiam impulsionar o preço do ativo a patamares recordes. Uma pesquisa da Bitwise revelou que muitos gestores recomendam uma alocação entre 2,5% e 3% em Bitcoin. Isso sugere que o fluxo de novos investimentos pode, de fato, ser superior ao conservador 1% mencionado antes.
A primeira onda de investimentos em Bitcoin poderia acontecer já neste outono, junto com a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Isso é um fator que pode ajudar a levar o Bitcoin a novos recordes. Mercado afora, as chances de um corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed são bem altas, com 83% de probabilidade.
Além dos cortes na taxa de juros, há também o incentivo das empresas que oferecem planos 401(k) para incluir opções de investimento em Bitcoin. Gigantes como BlackRock, Fidelity e Vanguard estão entre os principais fornecedores de planos de aposentadoria nos EUA. Embora a Vanguard ainda não tenha aprovado ETFs de criptomoedas, BlackRock e Fidelity têm interesses econômicos fortes em oferecer essas opções.
O Cenário dos ETFs
No cenário atual, a BlackRock está à frente com o maior ETF de Bitcoin, o iShares Bitcoin Trust, que conta com mais de US$ 84 bilhões em ativos. Já o ETF da Fidelity é o segundo no ranking, com US$ 22,4 bilhões.
Recentemente, Paul Atkins, presidente da SEC dos EUA, destacou que a agência está colaborando com a administração Trump para viabilizar o acesso a investimentos alternativos, como os ativos digitais, nos planos de aposentadoria. Ele ressaltou, porém, a necessidade de “barreiras adequadas” para garantir a proteção dos investidores.
Essas movimentações no mercado de aposentadorias e criptomoedas mostram um horizonte cheio de possibilidades. A interação entre evolução financeira e inovação tecnológica pode abrir portas para um futuro bem mais robusto no universo das criptos.