Polícia apreende R$ 10 milhões em criptomoedas na Ultrafarma
Na última terça-feira (12), o Ministério Público de São Paulo realizou uma operação que resultou na prisão de Sidney Oliveira, o fundador da rede de farmácias Ultrafarma, e de Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. Eles foram detidos em meio a uma investigação que revela a movimentação de cerca de R$ 1,8 milhão em dinheiro e R$ 10 milhões em criptomoedas. Essa informação foi publicada pelo jornal O Globo.
As investigações indicam que tanto os executivos quanto suas empresas estavam envolvidos em um esquema de corrupção para garantir a liberação de créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). De acordo com a promotoria, o esquema que visa sonegação fiscal teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em propinas.
O que mais chamou a atenção durante a “Operação Ícaro” foram as apreensões de itens de valor, incluindo relógios luxuosos e pedras preciosas, cujo valor total ainda está sendo apurado. Além de Sidney e Mário, outras quatro pessoas foram presas por envolvimento no esquema.
Dentre os detidos, destacou-se Celso Éder Gonzaga de Araújo, que é suspeito de ser o responsável pela lavagem de dinheiro. Na casa dele, localizada em Alphaville, foram encontrados R$ 1,2 milhão, mais de 10 mil dólares e 1.590 euros, além de R$ 200 mil em criptomoedas e até pacotes com esmeraldas. Outro detido foi o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, que possuía R$ 2 milhões em criptomoedas e uma quantia significativa em dinheiro.
Esquema de fraude fiscal
O esquema funcionava através da empresa Smart Tax, que em 2021 começou a movimentar quantias expressivas, recebendo milhões da Fast Shop. Com o tempo, os valores cresceram, e a Smart Tax acabou recebendo, em valores brutos, mais de R$ 1 bilhão da varejista. O registro dessa empresa estava em nome da mãe de Artur Gomes da Silva Neto, um dos envolvidos, e sua sede funcionava na casa do auditor em Ribeirão Pires.
Para dar a aparência de legalidade às transações, o esquema envolvia a emissão de notas fiscais e o pagamento do ICMS. Os procedimentos incluíam desde a coleta de documentos até o acompanhamento da aprovação dos créditos de ICMS. As investigações também revelaram que a Ultrafarma utilizava o mesmo esquema.
Por meio de práticas irregulares, alguns fiscais conseguiam liberar créditos bem superiores ao que as empresas realmente tinham direito, além de obter aprovações de forma muito mais rápida. Essa situação expõe um lado sombrio de como certas operações podem facilitar a sonegação e corrupção no sistema fiscal.