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Por que o Bitcoin tem alta lenta neste ciclo, segundo analista

O analista Willy Woo tem chamado a atenção de muitos investidores de Bitcoin com uma explicação interessante sobre a lentidão na valorização da criptomoeda neste ciclo. Segundo ele, o que pode estar atrasando esse crescimento é a concentração de Bitcoin nas mãos de investidores antigos, conhecidos como “OG whales”.

Esses investidores, que compraram suas moedas há mais de uma década, quando o preço do Bitcoin não passava de 10 dólares, agora detêm uma quantidade significativa do BTC que circula no mercado. A distribuição atual desses ativos mostra que essas “baleias” possuem uma fatia considerável, dificultando a movimentação do preço. Em um gráfico que Woo divulgou, observa-se que essa concentração aparece nas partes laranja e laranja-escura.

Quando alguém desses investidores decide vender suas moedas, o mercado precisa absorver um volume enorme de novo capital para que a venda não afete tanto o preço. Para cada Bitcoin vendido por essas antigas baleias, mais de 110 mil dólares precisam entrar no mercado. Essa situação cria, segundo Woo, uma pressão que impede que o preço do Bitcoin suba como em ciclos anteriores.

### Bitcoin ainda não é maduro, diz analista

Em resposta a quem sugere que a lentidão da valorização se deve ao amadurecimento do Bitcoin, Woo argumenta que ele ainda está em uma fase inicial de absorção de capital. Ele aponta que enquanto o Bitcoin tem um valor total em torno de 2 trilhões de dólares, ativos mais maduros, como o ouro, são avaliados entre 20 e 250 trilhões.

Olhando para o último ciclo do Bitcoin, de 2017 a 2021, o ativo saltou de 17 mil para 66 mil dólares, quase quadruplicando. Já no ciclo atual, o Bitcoin atingiu uma máxima de 124 mil, com um crescimento de apenas 1,8 vezes em relação ao pico anterior. Isso mostra como o mercado está se comportando de maneira diferente.

### O ciclo de 4 anos está mesmo chegando ao fim?

A lentidão na valorização do Bitcoin não é o único assunto em pauta. Outro ponto de discussão na comunidade cripto é se o tradicional ciclo de 4 anos do Bitcoin está chegando ao fim. Historicamente, esse ciclo é marcado por um evento chamado halving, que ocorre a cada quatro anos e corta pela metade a recompensa dos mineradores. Normalmente, segue-se um ano de alta exponencial, seguido por uma queda acentuada. Porém, muitos analistas acham que 2025 pode quebrar essa tradição.

Um fator que contribui para essa mudança é a entrada de capital institucional, especialmente com a aprovação de ETFs de Bitcoin à vista em janeiro de 2024. Isso trouxe uma nova liquidez ao mercado, permitindo que o ativo alcançasse novas máximas antes mesmo do halving, algo inédito. O perfil dos investidores também mudou, com grandes instituições e fundos universitários como Harvard entrando no jogo, o que tende a reduzir a volatilidade do preço.

Eric Balchunas, analista da Bloomberg, destaca que com proprietários mais estáveis, a tendência é que o preço também se torne mais estável. A análise de André Dragosch, da Bitwise, vai na mesma direção, apontando que a demanda institucional e fatores macroeconômicos têm mais peso atualmente do que a simples dinâmica do halving.

Apesar dessas novas nuances, nem todos estão convencidos de que “desta vez é diferente”. Um relatório recente da CoinGlass mostrou similaridades fortes com ciclos passados, ressaltando comportamentos típicos de fim de ciclo, como realização de lucros por parte de investidores de longo prazo e sinais de exaustão.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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