O Bitcoin (BTC) recentemente passou por uma montanha-russa, atingindo uma alta histórica de US$ 124.089 antes de sofrer uma queda abrupta, caindo US$ 6.630 em seguida. Apesar dessa volatilidade, os traders não parecem alarmados. O prêmio dos contratos futuros permanece em um intervalo neutro, mostrando que o mercado está reagindo com calma.
Curiosamente, muitos investidores ainda têm suas reservas quanto a um possível aumento acentuado acima da marca de US$ 120.000. Isso levanta a questão: será que essa retração é apenas uma reação exagerada a fatores externos, como a inflação nos Estados Unidos, ou há dinâmicas internas no mercado de criptomoedas que estão dificultando um avanço claro?
O impacto da inflação no Bitcoin
Muitos analistas acreditam que a alta de 3,3% no Índice de Preços ao Produtor (PPI) em julho pode ter deixado os traders mais receosos. A notícia, que ficou acima do esperado, gerou uma onda de pessimismo, especialmente porque diminuiu as chances de cortes nas taxas de juros pela Reserva Federal dos EUA. No entanto, o mercado de ações acabou se recuperando rapidamente, o que indica que a queda do Bitcoin pode ter outras razões por trás.
Vale destacar que houve uma redução na expectativa de cortes nas taxas de juros nos próximos meses, conforme a ferramenta CME FedWatch. A probabilidade de uma diminuição para 3,75% ou menos até janeiro de 2024 caiu de 67% para 61%. Essa mudança sugere que os traders estão menos otimistas quanto a um afrouxamento agressivo da política monetária, o que geralmente pesa sobre ativos de risco como o Bitcoin.
Além disso, comentários do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em que afirmou que o governo não tem planos de aumentar as compras de Bitcoin para a Reserva Estratégica, também não ajudaram a acalmar os ânimos. Ele ainda deixou claro que não há intenção de redirecionar partes do orçamento do governo para essa criptomoeda, o que desapontou muitos investidores que esperavam uma movimentação nesse sentido.
Opções de Bitcoin mostram força no mercado
Para entender o sentimento do mercado em relação ao Bitcoin, é essencial olhar para a inclinação das opções. Quando o custo das opções de venda (put) aumenta, geralmente indica um pessimismo. Atualmente, a inclinação das opções de Bitcoin se encontra em 3%, o que sugere uma visão equilibrada e saudável para o mercado.
Apesar das dificuldades na tentativa de manter o preço acima dos US$ 120.000, os traders mostram resiliência e pouca preocupação com uma possível queda até os US$ 110.000. Isso pode significar que muitos aproveitaram a alta para realizar lucros e estão mantendo a calma diante das incertezas.
Adicionalmente, o cenário macroeconômico continua a ser um fator-chave. A dívida pública dos Estados Unidos já ultrapassou US$ 37 trilhões, o que traz uma série de preocupações. No entanto, especialistas acreditam que o Bitcoin tem boas chances de valorização em 2025, principalmente com os bancos centrais ampliando seus balanços para lidar com os desequilíbrios. Mas, mesmo assim, o ânimo para uma quebra significativa acima da marca de US$ 120.000 parece estar contido.
