O Bitcoin passou por uma leve queda de 2,6% nas últimas 24 horas, depois de ter alcançado novas máximas históricas na semana passada. Essa movimentação no mercado está relacionada à expectativa de um possível corte nas taxas de juros nos Estados Unidos.
Na manhã desta segunda-feira (18), a criptomoeda estava sendo negociada a US$ 115.192, uma queda em relação ao valor de US$ 122.882 que atingiu poucos dias antes. Para os analistas, a situação atual reflete uma onda de realização de lucros, com traders vendidos aproveitando a alta do Bitcoin no fim de semana.
Cerca de US$ 550 milhões em posições foram liquidadas em criptomoedas devido a essa leve queda. Dado que a movimentação das opções de venda (puts) ganhou destaque nas últimas semanas, isso traz à tona a cautela entre os investidores. É importante lembrar que, historicamente, agosto tende a ser um mês menos favorável para o Bitcoin, apresentando um retorno próximo de zero nos últimos doze anos.
“Os traders estão adotando uma abordagem cautelosa”, comentou Julio Moreno, da CryptoQuant. Ele explicou que essa queda de 3% em relação ao pico do fim de semana não reflete necessariamente um pessimismo no mercado, mas sim um ajuste após lucros altos obtidos por muitos traders.
A interação entre os contratos em aberto e o volume sugere uma tendência de realização de lucros. Nesse contexto, a incerteza causada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia e a falta de um acordo claro em uma recente cúpula de paz também estão pesando nos preços do Bitcoin.
O que vem a seguir?
Sean Dawson, análise da plataforma de opções on-chain Derive, aponta que podemos ver uma “desaceleração” no fluxo de entrada em grandes criptomoedas após essa recente queda. Ele destaca que a próxima fala de Jerome Powell, presidente do Fed, será determinante para os rumos do mercado nos próximos meses.
As nomeações feitas por Powell, como a de Stephen Miran para o conselho do Federal Reserve, também estão chamando a atenção. O JPMorgan Global Research agora projeta que o próximo corte nas taxas de juros deve acontecer em setembro. Essa expectativa é apoiada por análises de mercado que indicam uma alta probabilidade de um corte de 25 pontos-base.
Um corte nos juros torna menos atraente manter dinheiro parado, levando investidores a buscar alternativas em ativos mais arriscados, como ações e criptomoedas, o que pode elevar seus preços. De fato, um indicador de oferta e demanda à vista sugere que investimentos estão surgindo nas quedas atuais.
Quando essa métrica mostrou uma tendência de compra no final de julho, o Bitcoin experimentou uma alta de quase 12% nos dias seguintes, alcançando uma nova máxima histórica de US$ 124.545. Assim, com a perspectiva de indicadores macroeconômicos favoráveis e um renovado apetite por investimentos, o clima no mercado ainda se mantém otimista.
As decisões sobre as taxas de juros e um possível acordo de paz na Europa podem ser os fatores que trarão novo impulso ao Bitcoin. Contudo, se Powell decidir manter as taxas altas por mais tempo, isso poderia resultar em uma nova onda de vendas, gerando uma liquidação significativa do ativo.
