A Tether, responsável pela stablecoin USDT, recentemente enfrentou uma reavaliação da sua nota de crédito pela S&P Global Ratings. Essa mudança levanta questões sobre a estabilidade dessa moeda, que é uma das mais usadas no mercado de criptomoedas. A agência destacou um aumento na exposição da Tether ao Bitcoin como um dos principais fatores de risco.
A nova classificação da stablecoin passou de “restrita” para “fraca”. Isso indica que a Tether enfrenta riscos crescentes relacionados à composição de suas reservas. Embora a empresa afirme que a maior parte de seus ativos esteja em investimentos seguros, como Títulos do Tesouro dos EUA, sua falta de auditorias completas e a presença de ativos voláteis, como o Bitcoin, geram preocupações.
### Nota da USDT cai de ‘restrita’ para ‘fraca’
A S&P alertou que a mudança na nota reflete a crescente incerteza sobre a reserva da Tether. O portfólio da empresa inclui ativos como Bitcoin, ouro e títulos corporativos, mas nunca houve uma auditoria completa de suas reservas. Apenas relatórios de verificação assinados por terceiros foram apresentados.
### Bitcoin já representa 5,4% das reservas da Tether
Um dado que chama a atenção é que, de acordo com o último relatório de transparência, a Tether possui mais de 87.728 BTC em caixa. Isso significa que o Bitcoin representa agora 5,4% das reservas da companhia, um aumento em relação aos 3,6% anteriores. Essa situação gera receios de que uma queda rápida no preço do BTC possa comprometer a estabilidade do USDT.
### S&P teme desequilíbrio no lastro da stablecoin
Atualmente, o valor de mercado do USDT é estimado em US$ 184 bilhões. Mesmo que a Tether distribua seus fundos entre ativos tradicionais, uma parte significativa de suas reservas está em posições mais arriscadas. Analistas da S&P preveem que um possível crash no Bitcoin poderia deixar a Tether vulnerável, comprometendo sua capacidade de manter a paridade com o dólar — crucial para qualquer stablecoin.
### Tether diz ter uma das maiores reservas em títulos dos EUA
A empresa se apresenta como um dos 20 maiores detentores de títulos públicos dos Estados Unidos e ocupa a 17ª posição a nível global. Isso sugere um compromisso com a solidez do USDT. No entanto, cerca de 8% das reservas da Tether são garantidas por empréstimos, que, segundo a empresa, não envolvem partes relacionadas. Mesmo assim, a S&P alertou que essa combinação de ativos pode expor a Tether a riscos adicionais.
### Resposta da Tether: ‘Usamos seu desprezo como combustível’
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, não deixou barato e se manifestou nas redes sociais com ironia em relação ao rebaixamento. Ele declarou que “usamos seu desprezo como combustível”. Ardoino também criticou o modelo tradicional das agências de rating e defendeu que a Tether opera atualmente como “a primeira empresa financeira sobrecapitalizada do mundo, sem reservas tóxicas”.
Essa situação expõe a volatilidade do mercado de criptomoedas e os desafios que as stablecoins enfrentam para manter a confiança dos investidores.
