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Sugestão brasileira para EUA: trocar ouro por Bitcoin na dívida pública

João Paulo Mayall, que fundou o primeiro ETF de Bitcoin da América Latina, levantou uma polêmica interessante ao sugerir que o governo dos Estados Unidos deveria converter parte de suas reservas de ouro em Bitcoin. Para ele, essa medida poderia ser a chave para resolver a crescente dívida pública do país.

No dia seguinte a essa proposta, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, deu declarações à Fox Business, deixando claro que não há planos para reavaliar as reservas de ouro, e que os EUA não têm intenção de comprar Bitcoin. Essa resposta pareceu uma reação direta ao comentário de Mayall, que inclusive havia marcado Bessent nas redes sociais.

Em sua publicação, Mayall escreveu: “Prezado Sr. @SecScottBessent, você poderia ter resolvido a crise da dívida dos EUA em menos de 84 dias.” Ele sugeriu que a solução seria valorizar o ouro a preço de mercado, vender 13,88% das reservas e usar o dinheiro para comprar 1 milhão de Bitcoins. Com isso, os EUA ainda permaneceriam como os maiores detentores de ouro no mundo, com 209% mais reservas do que a Alemanha, que ocupa a segunda posição. Essa manobra, segundo ele, não só resolveria a dívida, como também impactaria a economia da China e da Europa.

As reações e novas promessas

A declaração do Tesouro dos EUA não passou despercebida nas redes sociais, onde muitas pessoas expressaram descontentamento pelas promessas não cumpridas do ex-presidente Donald Trump. Para tentar amenizar a situação, Bessent se manifestou no X, antigo Twitter, afirmando que o governo está à procura de “formas de aquisição de mais Bitcoin com orçamento neutro”. Essa abordagem está alinhada com a proposta de Mayall, já que a ideia de vender ouro para comprar Bitcoin não envolveria gastos diretos.

Bessent afirmou: “O Bitcoin que foi finalmente confiscado será a base da Reserva Estratégica de Bitcoin que o presidente Trump estabeleceu em sua Ordem Executiva de março.” Ele reafirmou o compromisso do Tesouro em ampliar a reserva de Bitcoin, sempre buscando maneiras que não onerem os contribuintes.

Nos comentários, alguns especialistas, como Samson Mow, CEO da JAN3, se mostraram dispostos a ajudar nessa estratégia. Contudo, muitos internautas observaram ceticismo diante das declarações de Bessent, considerando-as apenas como uma tentativa de enrolação.

A polêmica da troca de reservas

A proposta de converter ouro em Bitcoin não é nova e já vinha sendo discutida por membros do governo americano. No início do ano, Bo Hines, então diretor-executivo do Conselho de Acessores sobre Ativos Digitais de Trump, também defendeu a digitalização das reservas do país.

Além disso, em março, a Casa Branca já tinha declarado que os secretários do Tesouro e do Comércio estavam “autorizados a desenvolver estratégias com orçamento neutro para adquirir Bitcoin, desde que não acarretem custos adicionais aos contribuintes.”

A senadora Cynthia Lummis, que apresentou um projeto visando a compra de 1 milhão de Bitcoins (o que equivale a cerca de US$ 117 bilhões pelo preço atual), também se manifestou sobre as declarações de Bessent. Assim como Mayall, ela acredita que essa abordagem poderia ser uma solução para a crise da dívida pública dos EUA. Lummis comentou: “Não podemos salvar nosso país de uma dívida de US$ 37 trilhões comprando mais Bitcoin, mas podemos reavaliar as reservas de ouro nos preços atuais e usar esse aumento de valor para construir a SBR (Reserva Estratégica de Bitcoin). A América precisa do BITCOIN Act.”

Essa troca de ideias e propostas continua gerando muito debate, refletindo o crescente interesse e as incertezas que cercam o futuro das criptomoedas no cenário econômico global.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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