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Swift revela nova integração com ETH

A Swift, uma das maiores redes de mensagens financeiras do mundo, acaba de fazer um anúncio que pode mudar bastante o cenário das transações internacionais. Na última segunda-feira, 29, ela revelou a criação de um livro-razão digital compartilhado, que será baseado em blockchain e construído sobre a plataforma Ethereum, em parceria com a Consensys.

Essa novidade foi apresentada na conferência Sibos, realizada em Frankfurt, e promete oferecer transações instantâneas disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma situação que levanta dúvidas sobre o futuro das stablecoins, que são moedas digitais atreladas a ativos estáveis, como o dólar.

A Swift já uniu mais de 30 instituições financeiras globais para o projeto, incluindo grandes nomes como HSBC, JP Morgan, Deutsche Bank, Bradesco, Itaú e Santander. Esse esforço coletivo visa criar uma infraestrutura que permita registrar, validar e sequenciar transações em tempo real, usando contratos inteligentes.

Além disso, a novidade busca garantir interoperabilidade entre os sistemas financeiros tradicionais e aquelas redes emergentes, o que pode diminuir a necessidade de tokens estáveis para liquidações internacionais. Vale lembrar que as stablecoins, como USDT e USDC, conquistaram espaço por sua agilidade em transferências internacionais. Agora, com a chegada da Swift no universo blockchain, o jogo pode mudar rapidamente.

Os bancos terão a chance de contar com uma rede global regulada, garantindo liquidações instantâneas sem depender de intermediários digitais que não são supervisionados. Instalações assim podem tornar as operações financeiras mais eficientes e seguras.

Swift e a Integração com o Ethereum

Analistas acreditam que essa nova integração pode afetar a relevância das stablecoins no setor institucional. As instituições financeiras provavelmente optarão por usar sistemas mais seguros e padronizados. A Swift, conectando 11.500 instituições em 200 países, está sugerindo que o setor financeiro tradicional pretende se alinhar com a tecnologia que antes pertencia apenas às startups de criptomoedas.

O CEO da Swift, Javier Pérez-Tasso, ressaltou que essa iniciativa representa a construção de uma infraestrutura para o futuro dos pagamentos. Ele comentou: “Estamos avançando com nossa comunidade para criar soluções que elevem a experiência de pagamentos a um novo patamar.” Outros representantes de bancos globais também destacaram a importância desse passo. Nigel Dobson, do ANZ, reconheceu a novidade como essencial para alcançar transações internacionais instantâneas em larga escala.

Para o Brasil, Marina Veasey, diretora do Bradesco, afirmou que a participação do banco reforça o compromisso em modernizar os pagamentos. O Itaú também se juntou ao grupo de bancos que dará feedback durante as etapas iniciais do desenvolvimento.

O Impacto para o Setor Financeiro

A integração da Swift com o Ethereum é uma clara resposta à evolução acelerada das finanças digitais nos últimos anos. A pressão para reduzir custos, aumentar a transparência e permitir liquidações instantâneas tem crescido cada vez mais. Embora as stablecoins e o ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) tenham se apresentado como alternativas, a falta de regulamentação ainda é um desafio.

Com a entrada da Swift, bancos poderão oferecer pagamentos internacionais de forma tokenizada e segura, mantendo-se dentro dos limites regulatórios e reduzindo riscos. Isso pode mudar o papel das stablecoins, especialmente em operações corporativas de grande porte e interbancárias.

Ainda em fase inicial, o projeto carrega promessas significativas, como a possibilidade de integração com moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e suporte a tokens privados regulamentados. A expectativa é de que esse sistema possibilite transações mais transparentes e sincronizadas, sem as limitações dos modelos anteriores.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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