Tether lança USAT, stablecoin direcionada ao mercado dos EUA
A Tether, conhecida por emitir a stablecoin USDT, anunciou recentemente o lançamento de uma nova moeda, a USAT. Essa iniciativa tem como foco atender às exigências de regulação nos Estados Unidos e foi revelada nesta sexta-feira (12).
O novo projeto será liderado pelo Bo Hines, que já foi Diretor Executivo do Conselho Cripto durante a presidência de Donald Trump. Hines se juntou à equipe da Tether em agosto e agora vai tocar essa empreitada.
Por que a Tether está lançando uma nova stablecoin?
Atualmente, a USDT é lastreada em diversos ativos, incluindo ouro e até Bitcoin. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) destacou que as stablecoins devem ser respaldadas por ativos considerados de baixo risco e alta liquidez, como os títulos do Tesouro americano. Essa medida pode forçar a Tether a liquidar parte das mais de 93 mil bitcoins que possui.
Diante disso, a empresa encontrou uma alternativa: criar uma nova stablecoin voltada para o mercado americano, a USAT. A ideia de ter produtos concorrentes como esse já estava nos planos da Tether desde abril. O CEO, Paolo Ardoino, mencionou que a USDT é essencial para a economia digital e que a USAT representa um passo natural nessa trajetória.
“Já somos um dos maiores detentores de Treasuries dos EUA porque acreditamos na força duradoura do dólar”, destacou Ardoin. Ele ainda ressaltou que a nova stablecoin “é um compromisso com a continuidade e o crescimento do dólar na era digital, oferecendo produtos mais transparentes, resilientes e acessíveis”.
Além disso, a USAT deve ajudar a Tether a se consolidar em países onde as regulamentações são mais rigorosas, como na Europa, onde se aplica o MiCA (Market in Crypto Assets). Bo Hines, que se tornará o CEO da USAT, afirmou que essa moeda será criada para “fortalecer o papel da América na economia global”. A empresa Cantor Fitzgerald, que já era parceira da Tether e tem ligações com o governo Trump, ficará responsável pela custódia dos ativos.
USAT pode fragmentar o poder da USDT ou será uma nova ameaça para seus concorrentes?
Se a USAT for vista como uma opção mais segura que a USDT, não é difícil imaginar que parte do volume de US$ 169,5 bilhões da USDT seja convertido para essa nova stablecoin. Por outro lado, ainda não está claro se a USAT terá um alcance global. Isso pode minimizar o impacto sobre a empresa, que atualmente lucra bilhões com a USDT por meio de títulos do Tesouro, ouro e Bitcoin.
A Tether, por sua vez, já acusou concorrentes de tentarem enfraquecê-la politicamente. Com isso, a USAT pode se transformar em uma forte competidora no mercado de stablecoins.
O conhecimento trazido pela Tether é evidente: “Nós criamos a stablecoin. Agora estamos trazendo-a para casa.” Em uma mensagem clara, a empresa descreveu a USAT como “o dólar digital para criadores, trabalhadores e todos que ficaram para trás. Feito para a América. Rápido. Sem fronteiras.” Nesse cenário, a Tether se coloca como promotora de dólares digitais para a próxima geração.
Com tudo isso, vale lembrar que a moeda ainda não foi lançada, então é importante ter cautela e bom senso para evitar golpes.