A Telexfree, conhecida por seus golpes no passado, está de volta, mas agora com um novo nome: TLXFre. Essa nova proposta promete uma criptomoeda chamada TLXCoin, criada dentro da rede Arbitrum, que está vinculada ao ecossistema Ethereum. O esquema começa a chamar a atenção com promessas de lucros altos, algo bem familiar para quem acompanhou as antigas presepadas da Telexfree.
O cenário é preocupante. De acordo com informações, 144 carteiras já contêm valores do novo token, e apenas nas últimas 24 horas, ocorreram 708 transferências relacionadas a ele. Esses números, levantados no dia 25 de setembro, mostram que o movimento em torno desse projeto está ganhando impulso rapidamente.
Ao dar uma olhada no site oficial, notamos que a explicação sobre o projeto é bem escassa. Os investidores têm opções de compra de valores fixos, que vão desde US$ 20 até US$ 200. Isso foge do padrão comum de compras em criptomoedas, onde as transações costumam ter valores mais variáveis e opções de compra mais flexíveis.
Em uma publicação recente, a TLXFre definiu sua plataforma como a “maior e mais inovadora” no marketing digital colaborativo. Mas o que se vê, no entanto, parece ter mais a ver com práticas antigas, já que a nova proposta tem levantado a desconfiança enquanto a comunidade de criptomoedas alerta para um potencial golpe.
Advogado aponta semelhanças com antigos golpes no Brasil
Conversamos com o advogado Artêmio Picanço, especialista em pirâmides financeiras e que já ajudou diversas vítimas a se protegerem. Ele comenta que a TLXFre se encaixa em um padrão bem conhecido de tentativas de enganar investidores desavisados.
Segundo ele, essa reciclagem de golpes ameaça atrair novas vítimas, e a educação financeira é uma ferramenta essencial para prevenir que as pessoas caiam nesses esquemas. “A volta da Telexfree sob a bandeira do TLXCoin é um exemplo previsível do que vemos na indústria de golpes no Brasil. Eles reaproveitam táticas antigas e usam uma linguagem moderna para dar a impressão de legitimidade, enquanto, no fundo, tudo continua igual”, explica Picanço.
Ele ressalta que a falta de fiscalização e de uma educação financeira sólida na sociedade contribui para o ciclo vicioso de criação e renascimento desses esquemas nocivos. As pessoas que acreditam em enriquecer rapidamente acabam se tornando alvos fáceis para esses golpes.
Ainda assim, ninguém sabe ao certo quem está por trás desse novo esquema. Nossas tentativas de contato com os responsáveis não tiveram sucesso, mas o espaço para respostas permanece aberto.
