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Tokenização se consolida como infraestrutura financeira em 2023

O ano de 2026 promete ser um marco na evolução da tokenização, transformando um conceito em amadurecimento em uma infraestrutura financeira reconhecida e integrada ao mercado. Nos últimos tempos, observamos um crescimento significativo dos ativos digitais, o aperfeiçoamento dos contratos inteligentes e a evolução das regras para emissão e distribuição de tokens. Tudo isso indica que estamos caminhando para uma nova fase de profissionalização nesse setor.

Agora, a expectativa é que a tokenização se torne um elemento fundamental do mercado de capitais digital. Isso lembra muito o papel que as blockchains públicas já desempenham como uma camada de liquidação. Esse movimento ocorre não apenas por entusiasmo, mas pela busca por eficiência. À medida que mais empresas e investidores reconhecem como a rastreabilidade, verificabilidade e programabilidade podem reduzir custos e minimizar erros, a utilização de uma infraestrutura tokenizada deixa de ser uma experiência piloto e passa a ser uma necessidade real.

Além disso, estamos vendo uma mudança cultural significativa. Antigamente, falávamos sobre digitalização de ativos e sua programação de forma separada. Hoje, o foco está na automação de regras, na integração de compliance on-chain e na produção de dados que podem ser auditados desde a origem. Essa transição é crucial para que, em 2026, os tokens sejam mais do que representações de ativos tradicionais; eles poderão incorporar lógicas operacionais, restrições de negociação e parâmetros financeiros diretamente no código. Isso representa um grande avanço para um mercado que busca mais eficiência e segurança.

O papel regulatório e o avanço das estruturas digitais

A regulação será um dos principais fatores que moldarão as perspectivas para 2026. O trabalho contínuo da CVM, do Banco Central e da Receita Federal ajudou a criar uma abordagem mais integrada para os ativos digitais, priorizando a transparência, a segurança e a interoperabilidade. Revisões normativas, como a Resolução 88, mostraram ao público que a supervisão está aberta a atualizar limites, incorporar modelos tokenizados e aumentar a participação de investidores institucionais. Esses investidores são essenciais para escalar emissões em grande escala.

Essa união entre inovação regulatória e aprendizado prático abre caminho para soluções mais sofisticadas. O uso de smart contracts, auditorias contínuas e estruturas de liquidação digital deve estar alinhado às melhores práticas globais. Existe um entendimento crescente de que a regulação deve não apenas responder às demandas do mercado, mas também fomentar modelos que diminuam fricções e promovam um ambiente competitivo.

Em 2026, é esperado que um número maior de empresas opere com padrões abertos, estruturas componíveis e processos padronizados, o que deve aumentar a previsibilidade e reduzir as assimetrias no mercado. Se a regulação brasileira continuar a avançar alinhada às lições aprendidas com pilotos públicos e emissões privadas, o país pode emergir como uma referência em mercado de capitais digital, atraindo players globais em busca de ambientes que ofereçam segurança jurídica e abertura à inovação.

Novos emissores, novos investidores e a expansão das aplicações práticas

Outro ponto importante para 2026 será a diversificação dos emissores, das estruturas e dos investidores. O aumento das emissões de TIDC, a popularização dos recebíveis tokenizados e a entrada de empresas que antes não participavam do mercado de capitais mostram que as aplicações práticas estão se expandindo. Para as PMEs, a tokenização pode ser uma solução ágil, minimizando custos e permitindo o acesso direto ao investidor final.

Para os investidores, a combinação de dados verificáveis, pagamentos programáveis e uma maior padronização dos modelos de governança facilitam o entendimento das operações e fortalecem a confiança no ecossistema. A tendência é que mais investidores institucionais se sintam à vontade para aproveitar essas oportunidades.

Essas mudanças vão além da quantidade; são também qualitativas. Com mais emissores adotando práticas automatizadas e estruturas que utilizam colaterais tokenizados, o investidor começa a ver o ativo digital não como uma opção exótica, mas como uma extensão eficiente da infraestrutura tradicional. A integração com ambientes como Open Finance, APIs de custódia e sistemas de verificação de identidade vai agilizar a experiência do usuário e reduzir barreiras.

Com isso, o que se espera é um ciclo onde mais emissores atraem mais investidores, criando uma oferta cada vez mais sofisticada.

2026 como ponto de virada para a economia tokenizada

Se 2025 foi o ano em que ficou claro que a tokenização é uma parte importante da nova economia, 2026 deve ser o ano em que isso se tornará uma realidade prática e estratégica. A combinação de regulação madura, adoção empresarial, modelos programáveis e um aumento na participação institucional cria um cenário ideal para que nesse setor se estabeleçam padrões claros.

Essa transformação exige uma mudança cultural em que a confiança não está atrelada apenas a grandes instituições, mas na arquitetura do código, na auditoria on-chain e em mecanismos que garantem que tudo seja executado de forma automatizada e transparente. O futuro aponta para um mercado mais integrado, eficiente e conectado a uma lógica digital nativa.

A tokenização não compete com a infraestrutura tradicional; ela a aprimora, moderniza e prepara o terreno para um ciclo financeiro onde a componibilidade, a liquidez programável e a interoperabilidade serão diferenciais importantes. Para empresas, investidores e reguladores, 2026 significará não apenas experimentar, mas consolidar o que já se mostrou eficaz na prática.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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