Notícias

Tokens podem trazer bônus a entregadores do iFood, afirma CEO

O iFood está explorando a ideia de usar um token para fortalecer a relação com seus entregadores. Essa proposta foi compartilhada por Diego Barreto, o CEO da empresa, que comentou sobre as transformações necessárias na tecnologia e nas regulamentações para tornar essa ideia realidade.

Barreto falou sobre isso no evento Beyond Capital, promovido pelo MB Startups, onde abordou formas de criação de valor através da tokenização de “ativos financeiros não óbvios”. A intenção é tokenizar os rendimentos da EntreGô, uma franquia de operações logísticas do iFood, que está presente em várias regiões do Brasil.

A proposta é interessante: Barreto sugere que, ao transformar o fluxo financeiro dessas franquias em um token, seria possível alinhar os interesses da empresa e dos entregadores. Ele menciona que em relações de economia compartilhada, muitas vezes falha-se em transferir a cultura da empresa para os parceiros, o que torna esse alinhamento crucial.

O CEO destaca que a intenção não é transformar entregadores em sócios, mas sim permitir que eles tenham uma participação nos resultados financeiros. Assim, quanto mais comprometidos e regulares forem os entregadores, mais tokens eles receberiam.

Interface amigável é essencial

Embora a ideia esteja nas primeiras fases, Barreto já traçou alguns passos para que o token seja viável. Um dos pontos mais importantes é criar um aplicativo fácil de usar, onde os entregadores consigam compreender a tokenização de forma intuitiva.

Ele afirma que o maior desafio está na experiência do usuário. Para ele, muitas soluções que já existem são complicadas e pouco práticas. Se alguém baixar o app e não entender como funciona, isso não vai ajudar em nada. Barreto compara isso à revolução trazida por aplicativos de banco e de mensagens, afirmando que é possível alcançar um novo padrão de usabilidade.

A ideia é que os entregadores tenham um único espaço onde possam ver não apenas os tokens do iFood, mas também de outros locais onde trabalham. Isso poderia gerar visibilidade sobre o valor acumulado, algo essencial para quem não tem muitos recursos. Se eles visualizarem apenas algumas moedas, o incentivo não será significativo. Por isso, a soma dos valores ao longo do tempo pode ser motivadora.

Por fim, Barreto menciona a importância de que esse token não seja tratado como uma renda normal do ponto de vista fiscal. Há o receio de que isso possa trazer mais impostos, e ele destaca que essa discussão ainda precisa ser abordada. É fundamental categorizar corretamente o token para oferecer incentivos diferentes, dependendo do perfil de quem o recebe, seja um investidor robusto ou um entregador que busca um extra em seu dia a dia.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo