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Trader ganha até US$ 200 milhões ao prever tarifas de Trump

Um único trader transformou o caos do mercado em uma impressionante fortuna. Enquanto os mercados de criptomoedas enfrentavam um derretimento após o anúncio de tarifas de 100% sobre produtos chineses feito por Donald Trump, esse operador conseguiu faturar até US$ 200 milhões em poucas horas, ao abrir posições vendidas minutos antes da publicação do ex-presidente norte-americano.

Esse episódio rapidamente tomou conta das redes sociais, despertando rumores sobre insider trading e reacendendo o debate sobre o impacto da política na volatilidade do Bitcoin.

Tarifa-relâmpago causa uma das maiores liquidações do ano

Na sexta-feira, 11 de outubro, Trump anunciou que começaria a impor tarifas de 100% sobre todas as importações da China a partir de 1º de novembro. A notícia deixou investidores em pânico e afetou ativos de risco em todo o mundo. O Bitcoin despencou de US$ 124 mil para US$ 105 mil em questão de horas, arrastando o Ethereum e outros ativos junto com ele.

Dados apontam que essa situação resultou em um surpreendente total de US$ 19 bilhões em liquidações e mais de 1,6 milhão de contas zeradas. Isso configurou uma das maiores ondas de liquidação que o mercado já viu desde 2021. Foi só na segunda-feira que o mercado conseguiu se estabilizar, com o Bitcoin retornando para a casa dos US$ 115 mil.

O trader por trás do ‘Big Bitcoin Short’

O trader, conhecido na blockchain e nas redes sociais como Garret Jin, abriu posições vendidas massivas em Bitcoin e Ethereum na plataforma DEX Hyperliquid pouco antes do anúncio de Trump. As apostas alcançaram um valor total de mais de US$ 700 milhões, e ele terminou a maioria dessas operações logo depois do colapso dos preços, garantindo lucros que variavam entre US$ 160 milhões e US$ 200 milhões.

Após fechar a operação principal, ele ainda manteve aproximadamente US$ 92 milhões em posições vendidas, provavelmente esperando um novo tombo nos preços do mercado. O momento perfeito em que ele fez isso levou a uma onda de especulação sobre a possibilidade de acesso a informações privilegiadas. Alguns usuários até sugeriram uma conexão com Barron Trump, filho do ex-presidente, mas isso não possui qualquer evidência concreta.

Rumores, negações e debate sobre insider trading

No sábado, 12 de outubro, uma conta ligada a Garret Jin negou qualquer laço com a família Trump, afirmando: “O fundo não é meu — pertence aos meus clientes. Nós operamos como validadores e oferecemos análises internas para eles. Não há qualquer conexão com Donald Trump ou seus familiares.” Ele também respondeu a Changpeng Zhao, cofundador da Binance, agradecendo por “divulgar informações pessoais” e enfatizando que suas operações eram baseadas em análises de mercado, não em informações secretas.

Apesar das negações, a comunidade de criptomoedas continua dividida. Para muitos, o caso é um claro exemplo de insider trading disfarçado, enquanto outros acreditam que foi uma incrível coincidência entre o anúncio geopolítico e a ação do trader.

Aspectos legais: o que configuraria crime?

Nos Estados Unidos, insider trading ocorre quando alguém negocia com base em informações não públicas e materiais obtidas em violação de um dever de confiança. Se realmente houvesse acesso antecipado à política comercial do governo, a Comissão de Futuros de Commodities (CFTC) seria responsável pela investigação, dado que o Bitcoin é classificado como uma commodity.

A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) cuidaria dos casos que envolvem ativos considerados valores mobiliários. No entanto, sem provas concretas de que houve acesso privilegiado, o caso continua sendo apenas especulação. A teoria da apropriação indevida exigiria comprovar uma violação de confidencialidade, algo que é improvável sem evidências diretas.

Impactos no mercado: liquidez, reconstrução e novos riscos

Após essa tempestade, o mercado de derivativos começa a apresentar sinais de normalização. As taxas de funding se aproximam do equilíbrio, enquanto o número de contratos em aberto fica em um processo gradual de reconstrução. Esse processo pode levar de duas a seis semanas após uma grande liquidação.

Analistas já estão prevendo que as próximas semanas continuarão voláteis, com o comportamento do dólar e do mercado acionário dos Estados Unidos influenciando diretamente o Bitcoin. Os traders estão atentos aos fluxos de stablecoins nas exchanges, pois isso pode sinalizar novas oportunidades de investimentos.

‘O maior short cripto do ano’ e o mito do trade perfeito

Apesar de não haver confirmação de acesso a informações privilegiadas, o ‘Big Bitcoin Short’ já se destaca como uma das operações mais lucrativas e bem cronometradas do setor cripto em 2025. O timing de abrir uma posição bilionária minutos antes de um anúncio que afetaria o mercado global é algo raro e chama atenção tanto pela habilidade quanto pela controvérsia envolvida.

Independente da origem das informações, esse episódio demonstra como a relação entre política e criptomoedas se intensificou. Atualmente, decisões políticas, como tarifas e tensões comerciais, podem influenciar o comportamento do Bitcoin com a mesma força que grandes balanços corporativos afetam as bolsas de valores.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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