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Valve retira mapa de CS2 ligado a criptomoeda suspeita

A Valve, a desenvolvedora do famoso jogo Counter-Strike, introduziu um novo mapa no CS2 na última quarta-feira (1). Mas essa novidade não ficou por muito tempo. O mapa foi retirado da rotação oficial na sexta-feira (3), devido a uma série de problemas que foram descobertos rapidamente.

Uma das questões mais sérias envolvia a promoção de uma criptomoeda duvidosa, além da menção a um dos maiores esquemas de pirâmide já registrados, que causou prejuízos a milhões de pessoas no mundo.

O novo mapa e a polêmica da criptomoeda

O Counter-Strike, que começou como um mod de Half-Life na década de 90, virou um verdadeiro fenômeno, especialmente nas LAN houses brasileiras, onde atraiu uma legião de fãs. O jogo continua sendo um dos mais jogados do mundo e, recentemente, vimos o Brasil brilhar com a vitória da equipe FURIA no campeonato mundial, que reuniu centenas de milhares de espectadores.

A Valve é conhecida por incentivar a comunidade a criar conteúdos para seus jogos. E foi assim que o próprio Counter-Strike nasceu. No entanto, esse acesso à criação de conteúdos também trouxe algumas dores de cabeça, envolvendo, inclusive, questões de direitos autorais.

Desta vez, o escândalo surgiu com um mapa chamado de_transit, que ficou disponível por apenas dois dias. O que gerou alvoroço na comunidade foram alguns “easter eggs” que foram descobertos no mapa. Um deles era um prédio chamado FPI BANK, que, estranhamente, se alinhava à temática de uma criptomoeda já existente, a memecoin FPI, que teve uma valorização impressionante antes de despencar.

Essa criptomoeda, que já passava por uma valorização de 135.500% em seus primeiros meses, acabou se mostrando bastante volátil. No dia em que o mapa foi lançado na oficina da Steam, a FPI também viu um salto de 357% em seu valor.

O próprio prédio FPI BANK não estava sozinho. Informações sobre a memecoin estavam escondidas em um jornal no mapa, mostrando um esforço deliberado dos criadores em promover a criptomoeda.

Nas redes sociais, o perfil da FPI BANK se gabou de fazer parte de um dos games mais icônicos da atualidade, mencionando que seu banco estava presente no mapa Transit. É curioso pensar que esse tipo de promoção não só era um atrativo, mas também uma clara tentativa de angariar investidores.

Uma menção a um esquema de pirâmide no mapa

Além da controversa promoção da criptomoeda, o mapa também fez referência ao famoso esquema Ponzi MMM, que originou cerca de 5 a 10 milhões de vítimas em todo o mundo. Criado na Rússia nos anos 90, o MMM colapsou em 2004, mas ressurgiu online em 2011, visando novos investidores, inclusive brasileiros. Mesmo com a morte de seu fundador em 2018, o esquema continuou operando, agora adaptado ao mundo das criptomoedas.

Voltando ao mapa de_transit, surgiram preocupações sobre outras questões, como direitos autorais e até a censura de conteúdo inapropriado. Um dos criadores do mapa, Rikuda, tentou assumir a responsabilidade pelos problemas, ainda que isso não impedisse a Valve de agir rapidamente para remover o conteúdo problemático.

Apesar de já ter aceitado Bitcoin em sua loja, a Valve tem enfrentado críticas sobre sua relação com o mundo das criptomoedas. Recentemente, a empresa viu um caso chocante, onde um soldador foi vítima de um golpe ao fazer o download de um jogo na Steam, resultando no roubo de suas criptomoedas.

Com todos esses desdobramentos, o caso do mapa de CS2 levantou questões importantes sobre a responsabilidade na criação de conteúdo dentro do jogo e as possíveis consequências de um material que promove fraudes e esquemas questionáveis.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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