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Vendedores de bitcoin suspendem atendimento a novos clientes após roubo do Banco Central

Enquanto a Polícia Federal e o Banco Central do Brasil investigam um ataque hacker que pode ter desviado até R$ 1 bilhão de seis instituições financeiras, muitos vendedores de bitcoin que atuam no mercado P2P estão tomando precauções. Eles decidiram parar de atender novos clientes, principalmente aqueles com propostas suspeitas de compras de grandes quantidades.

Um vendedor que preferiu não se identificar contou que, desde o último sábado (28 de junho), começaram a chegar ofertas bizarras de clientes novos dispostos a comprar criptomoedas, oferecendo até 5% de comissão. O vendedor ficou em alerta, sem saber se essas novas propostas tinham ligação com o ataque que foi chamado por alguns de "o roubo do século".

Diante desse cenário desconfortável, a comunidade P2P logo notou a possibilidade de vazamento de valores através dos sistemas da C&M Software (CMSW), a empresa atingida pelo ataque. Como resultado, muitos vendedores de bitcoin decidiram não negociar grandes quantias com esses novos clientes.

Um dos entrevistados compartilhou: “Nunca tive problemas com vendas nos últimos sete anos, mas um amigo meu recebeu uma proposta de R$ 50 milhões de um cliente desconhecido. Alertei sobre o ataque ao Banco Central e ele decidiu não seguir com a venda.” É um reflexo claro do clima de incerteza que paira sobre o mercado.

Movimentações nas Corretoras de Criptomoedas

Em resposta à situação, algumas corretoras de criptomoedas brasileiras estão fazendo suas próprias apurações para entender se seus sistemas receberam valores suspeitos relacionados ao ataque. Elas se colocam à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Parece que os hackers tentaram lavar o dinheiro roubado com criptomoedas. Contudo, devido ao rigoroso controle de compliance do mercado nos últimos anos, muitas corretoras e vendedores P2P acreditam que conseguiram se manter à parte desse novo ataque.

A Binance, uma das maiores plataformas de negociação, informou que a segurança dos usuários é sua prioridade. A empresa já conseguiu evitar perdas de aproximadamente US$ 4,2 bilhões em fraudes anteriores e afirmou estar cooperando com autoridades para prevenir novos crimes.

O Que Aconteceu de Verdade?

O Banco Central do Brasil confirmou que hackers conseguiram acessar os sistemas da C&M Software, que presta serviços para algumas fintechs e instituições financeiras. Depois desse acesso, os criminosos invadiram os sistemas da BMP, que confirmou o vazamento de recursos de seis instituições financeiras que mantinham reservas diretamente com o Bacen. A BMP também se comprometeu a investigar o ocorrido.

Após o roubo, que pode ter atingido até R$ 1 bilhão, os hackers começaram a movimentar o dinheiro para contas de laranjas, com parte desse montante possivelmente sendo lavada. A situação mostra como a segurança digital é crucial e reafirma a necessidade de vigilância constante em um ambiente cada vez mais interconectado.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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