Vigilância aponta que brasileiros lideram uso de bitcoin na Latam
Em um mundo onde as criptomoedas ganham cada vez mais espaço, o Bitcoin (BTC) se destaca como a preferida entre os brasileiros. Um estudo recente da Bitso revela que, quando se trata de ativos digitais, a confiança dos usuários no Bitcoin como opção de investimento de longo prazo é realmente forte. O Brasil lidera em termos de concentração de Bitcoin, com impressionantes 65% dos ativos digitais mantidos por aqui, tornando-o a principal reserva de valor do país.
Comparando com outros países, o México e a Argentina têm 55% e 49% de concentração de BTC, respectivamente. As chamadas stablecoins, moedas digitais que buscam manter um valor estável, ocupam a segunda posição nas carteiras dos brasileiros, representando 8% do total. Já na Argentina, esse percentual é de 16%, e na Colômbia, de 12%. Vale mencionar que no México a XRP se destaca na segunda posição com 13%.
Mas o que explica essa preferência pelo Bitcoin? A Bitso aponta que a valorização constante do ativo ao longo do tempo é um grande atrativo. No último ano, o Bitcoin dobrou de valor e superou a rentabilidade de investimentos tradicionais no Brasil, como mineração de ouro, café e ações de grandes empresas como Petrobras e Vale. A Bárbara Espir, Country Manager da Bitso, comenta que essa confiança crescente reflete uma busca por proteção patrimonial e uma visão de longo prazo, especialmente em tempos de inflação e volatilidade no mercado local.
Stablecoins para pagamentos
Outro ponto interessante do relatório é o crescimento do uso das stablecoins no Brasil. Atualmente, essas moedas atreladas ao dólar representam 35% das compras realizadas no país, um aumento notável em relação aos 26% do estudo anterior. Pela primeira vez, a USDC, da Circle, se destacou como o ativo mais comprado, aparecendo em 24% das aquisições, enquanto o Bitcoin ficou com 21%. Já a USDT, da Tether, teve 11% das compras nesse período.
Esse aumento no uso das stablecoins reforça seu papel como uma opção prática para transações do dia a dia e proteção cambial. Segundo a Bárbara, isso mostra como os usuários estão cada vez mais familiarizados com as funcionalidades dessas moedas, seja para remessas ou pagamentos diários.
Analisando a situação na América Latina, o USDC e o USDT empataram em 23% das compras, com o Bitcoin seguindo em terceiro lugar com 15%. O Brasil, no entanto, ficou em último lugar na adoção de stablecoins em comparação com seus vizinhos. Na Argentina, 78% das compras foram feitas com USDT, enquanto apenas 4% das transações contaram com Bitcoin. Em países como Colômbia e México, a USDC se destacou, com 28% e 25% das compras, respectivamente.
Outro dado relevante do relatório é a queda nas compras da memecoin Pepe, que passou de 6% em 2024 para apenas 3%. Essa redução pode indicar que os usuários estão buscando diversificar seus investimentos diante do lançamento de novas memecoins.
Olhando para o futuro, a Bitso prevê um possível aumento no valor das altcoins após um desempenho mais modesto no primeiro semestre. Isso pode ser impulsionado por acontecimentos importantes, como a atualização do ecossistema Ethereum. Além disso, ajustes nas taxas de juros nos EUA podem influenciar as decisões de investimento globais e, consequentemente, refletir de forma positiva nos preços das criptomoedas.